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Era da milícia e do tráfico

Agente penitenciário preso por ligação com milícia

Ele também era suspeito de servir ao tráfico


Leandro César Pires Gonçalves era suspeito de ser o responsável pela entrada de telefones celulares, entorpecentes, anabolizantes e até mesmo armas no Presídio Bandeira Stampa. Foto: Reprodução.

Investigações feitas pela polícia revelam que um agente penitenciário que foi preso no ano passado acusado de envolvimento com a milícia Liga da Justiça também servia a traficantes de drogas. Segundo autos de um processo na Justiça, o inspetor Leandro César Pires Gonçalves servia de elo entre membros da milícia presos no sistema penitenciário e os demais comparsas que se encontram em liberdade.

Entretanto, de acordo com a Justiça, foi apontado também diretamente como suspeito de ser o responsável pela entrada de telefones celulares, entorpecentes, anabolizantes e até mesmo armas no Presídio Bandeira Stampa, no Complexo de Gericinó, onde foi lotado por determinado tempo.

Em diálogo registrado, Pires teria pedido ao seu interlocutor que conseguisse açúcar e café (cocaína e maconha) a bom preço, demonstrando que ele aproveitando-se da condição de funcionário da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP), burlava o esquema de segurança e revista, ingressando com substâncias ilícitas para entrega a internos.”.

A defesa, porém, vem alegando que ele é inocente. Argumentam que não há elementos concretos que noticiem a participação de Leandro na quadrilha. Destacam que a prisão foi baseada em investigação para apurar a existência de uma organização criminosa que atua na Baixada Fluminense, sendo que o agente sequer era o alvo da investigação.  Alegam que a prisão preventiva decretada não é necessária, o que pode configurar, inclusive, a antecipação de uma pena criminal que sequer poderá vir a existir futuramente.

Ressalta ainda que o réu que possui residência fixa e exerce o cargo de Inspetor de Segurança e Administração Penitenciária e esse vínculo, por si só, faz com que o Poder Judiciário tenha acesso a todos os seus dados. Por isso, requerem que ele responda ao processo em liberdade.

Outros servidores da SEAP presos

Outros dois agentes penitenciários foram presos com Leandro suspeitos de participarem da milícia. Um deles foi Adalberto Braz Correa Júnior.  Dentro da organização criminosa, ele exercia o controle sobre a célula responsável por controlar a região central do bairro de Campo Grande, em uma área que se estende do calçadão, próximo à Rodoviária até a localidade do Rio da Prata, passando pela Rua Iaraquã, estradas do Cabuçu, Cachamorra, e adjacências.

O outro foi Émerson dos Santos Lopes,  que foi apontado como um intermediário na venda de cigarros contrabandeados no interior de presídios. Exercia ainda a atividade relativa a ações diretas nas invasões da milícia em terrenos públicos ou privados, se utilizando de força física contra moradores e ocupantes do local, obrigando a imediata saída do imóvel ou terreno.


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