Depois de uma temporada de sucesso no Sesc Tijuca e no Museu da Maré, o espetáculo “A Menina Dança” realizará três apresentações gratuitas no Teatro Ruth de Souza, em Santa Teresa, nesta sexta-feira (14), às 11h; e no sábado (15), em duas sessões: às 11h (com Audiodescrição e Libras) e 12h30. A peça é voltada para o público infantil e conta a história da heroína da pátria Maria Felipa. A obra artística traz dança afro em ritmos como maracatu, jongo, maculelê, samba de roda, entre outros, sempre conectado ao corpo e conhecimento da história.
Contemplado no Edital Retomada Cultural da Funarte de Dança, a peça apresenta uma personagem acessível ao espectador mirim, que percebe a importância do tema. Através da dança são reveladas histórias que precisam ser multiplicadas. Durante a apresentação, a personagem trará sua história, sua amizade com os peixes - que estarão em cena também - e como conseguiu afundar, juntamente com seus amigos locais, mais de 40 navios na Ilha de Itaparica (BA), durante a independência do Brasil.
Para a diretora artística do espetáculo, Flávia Souza, o momento é de refletir acerca do que tem acontecido no Brasil e no mundo com relação à luta antirracista. “Apesar de minha vasta experiência profissional, essa é minha estreia na direção de um espetáculo de dança infantil. É uma responsabilidade sem tamanho, principalmente por se tratar de um tema antirracista para a infância”, pondera.
A atriz e dançarina Gabriela Luiz é a protagonista. A artista foi indicada ao Prêmio de Melhor Atriz no Centro Brasileiro Teatro para a Infância e Juventude (CBTIJ), além de fazer a direção de movimento do espetáculo “Nem Todo Filho Vinga”, que levou o Prêmio Shell, em 2022, como Melhor Direção Artística.
Na peça, cinco bailarinos em cena - Bellas da Silveira, Dani Gomes, Marcos Bandeira, Tatiana Gomes e a própria Gabriela Luiz - trazem conceitos afro-brasileiros. A estética visual do espetáculo também estará voltada à cultura africana, desenhada pelo figurinista Ricardo Rocha, vencedor do Prêmio CBTIJ como Melhor Figurinista.
Sinopse
Através dos ritmos e danças africanas, as crianças conhecem a história de Maria Felipa, uma personagem que se depara com quarenta navios portugueses prontos a tirar sua liberdade. Com muita ludicidade, a peça retrata sua procura para proteger o Brasil e expulsar a esquadra portuguesa de nosso país. O espetáculo tem uma linguagem específica para crianças da pré-infância à infância, com cantigas infantis populares, trazendo conexão com a história que será contada.
Paty Lopes, dramaturga e idealizadora do espetáculo, reforça que, para contar a história de Maria Felipa nos dias de hoje, não há mais necessidade da busca estética colonizadora como referência iconográfica. “Hoje, já temos nossas cores e elas são bem mais vivas e reais do que as aquarelas relatadas pelos registros das escolas europeias”, diz.
O produtor cultural e jornalista Edison Corrêa, Diretor-Executivo do projeto, acredita que a dança, aliada à música, proporciona infinitas perspectivas às crianças, de uma forma prazerosa e divertida, além de educativa. “Sempre somos atropelados pelo protagonismo dos heróis estrangeiros justamente na infância, como os norte-americanos e japoneses. Plantar uma semente sobre ‘quem somos’ tem grande importância para o futuro desses pequenos e pequenas”, afirma.
Edison crê que as propostas das ações afirmativas de “A Menina Dança” para o público infantil incluem a representação de personagens que promove um conhecimento necessário na atualidade. “A representatividade e protagonismo de uma heroína negra, as questões relacionadas ao antirracismo e suas ações educativas atendem a linguagem infantil de uma forma positiva, desconstruindo estereótipos que não cabem mais na sociedade contemporânea”, justifica.
Musicalização
O projeto defende a ideia das cantigas de roda, sem música mecânica, com palmas através da percussão corporal. A meta é levar pertencimento e protagonismo do público ao qual o espetáculo se apresenta. O objetivo é reverberar a história do Brasil, os feitos da Maria Felipa e também entrar nas brincadeiras de roda, com base nos corpos dos bailarinos. A musicalização acontece através de cantigas e brincadeiras infantis.
Sustentabilidade e Meio Ambiente
O ano de 2024 é marcado pela realização da reunião da Cúpula do G20 – nações mais ricas do mundo - na cidade do Rio de Janeiro e uma das pautas mais discutidas nas reuniões preliminares é referente às mudanças climáticas. Pensando nisso, o espetáculo também preza pela defesa e conservação do meio ambiente a partir do lúdico. A ludicidade na amizade de Maria Felipa com os seres marinhos abre caminhos para plantar cuidados necessários dos pequenos com o meio ambiente e a sustentabilidade.
Quem foi Maria Felipa
Maria Felipa foi uma marisqueira, pescadora e trabalhadora braçal que participou da luta pela Independência da Bahia. Ela foi declarada Heroína da Pátria Brasileira e teve seu nome inscrito no Livro dos Herois e Heroínas da Pátria, que se encontra no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, situado em Brasília/DF. No entanto, Maria Felipa não faz parte da história nos livros escolares brasileiros, uma invisibilidade que a cultura trabalha para reverter revivendo essas memórias, principalmente para o público infantil, ainda em formação e multiplicador de ideias.
Ficha Técnica:
Texto, Idealização e Direção de Produção: Paty Lopes
Direção Artística e Coreografia: Flávia Souza
Elenco: Bellas da Silveira, Dani Gomes, Gabriela Luiz, Marcos Bandeira e Tatiana Reis
Percussão: Ivan Karu e Vitor Ligeiro
Figurino: Ricardo Rocha
Direção Executiva: Edison Corrêa
Desenho de Luz: Valmyr Ferreira
Técnica de Luz: Brisa Lima
Assistentes na Montagem de Luz: Brayan Sodré Seguins Nunes, Sol Rosário e Louise
Visagismo: Keila Santos
Técnica de Som: Cynthia Rachel Esperança
Assistente de Som: Brenda Fernandes
Filmagem: A4 Filmes
Fotografia: Valmyr Ferreira
Programação Visual: André Barroso
Assessoria de Imprensa: Alessandra Costa
Participação Especial (Cenografia): Wanderley Gomes
Realização: Eu Rio!
Serviço:
Teatro Ruth de Souza
14 de Junho - 11 horas
15 de Junho - 11 horas (Audiodescrição e Libras) e 12h30
Endereço: R. Murtinho Nobre, 169 - Santa Teresa, Rio de Janeiro
Classificação indicativa: Livre - a partir de 04 anos
Duração: 45 minutos
Lotação: Sujeito à lotação
Gênero: Infantil
Para retirada de ingressos gratuitos no Teatro Ruth de Souza
https://riocultura.eleventickets.com/#!/evento/47ebaaea82bd5d84c3eb217a4173493671e6ad9a