A partida entre Flamengo e Vasco, que decidiu o Campeonato Carioca na tarde deste domingo (21), foi o primeiro jogo realizado no Maracanã sob novo modelo de gestão do estádio. Por meio de uma permissão de uso válida por 180 dias e renovável pelo mesmo prazo, desde sexta-feira (19), Flamengo e Fluminense assumiram a administração do Complexo Maracanã. No mês passado, o Governo do Estado do Rio de Janeiro decidiu anular o contrato de concessão do Maracanã devido ao descumprimento de obrigações contratuais por parte do consórcio que geria o local. Na partida, o clube rubro negro levou a melhor e foi campeão carioca por 2 x 0 sobre o Vasco.
Com o novo modelo, uma das principais mudanças favoráveis aos clubes de futebol diz respeito ao valor das partidas. O permissionário vai cobrar R$ 90 mil de aluguel para o mandante de jogo, mesmo ele sendo Flamengo ou Fluminense. O valor é 25% mais barato do que o aluguel mínimo cobrado pela gestora atual. Toda a receita da bilheteria e comercialização de alimentos e bebidas também vai para o mandante da partida. Os custos operacionais de jogo continuam sendo do mandante.
O governador Wilson Witzel, que acompanhou no está a final do Carioca, lembrou que a redução dos custos do Maracanã era uma reivindicação dos clubes. "O Maracanã agora é operado de forma mais justa. Isso é bom para todos os clubes que joguem no estádio. Todos tiveram a oportunidade de participar deste processo transparente e ético, como tem sido a marca do nosso governo. E é uma feliz coincidência que a primeira partida sob essa nova forma de gestão seja logo um clássico que decidirá o campeonato", disse o governador.
O secretário de Esporte, Lazer e Juventude , Felipe Bornier, também acompanhou o jogo no Maracanã e se disse muito satisfeito com esse novo capítulo na história do Rio de Janeiro. "É uma satisfação muito grande fazer parte dessa nova história do Maracanã. Um estádio tão importante como este precisa ser do povo, do futebol, dos clubes. A gestão temporária que tomou posse essa semana vai trabalhar com preços mais justos e forma a incluir todos os times cariocas".
Segundo Rodolfo Landim, a permissão de uso compartilhada com o Fluminense será benéfica para todos os clubes do estado. "Hoje é um dia de muita alegria, não só para Flamengo e Fluminense, mas para todo o Rio de Janeiro. Um momento histórico, que será um divisor de águas no futebol carioca. A parceria com o Fluminense permitirá que Vasco e Botafogo também joguem no Maracanã, se assim desejarem, gastando muito menos do que faziam até então. Ou seja, todos sairão ganhando", frisou Landim.
O presidente do Fluminense, Pedro Abad, também destacou que a parceria está acima de rivalidades clubísticas e será benéfica para todos."Vivemos um momento histórico em que duas instituições centenárias e rivais conseguiram, em 36 horas, modelar uma parceria sem nenhum tipo de interesse unilateral. E não é só para a dupla Fla-Flu. Botafogo e Vasco, que também construíram a história do estádio, estão convidados a participar desta gestão. Estamos reduzindo custos e teremos um valor do aluguel muito mais baixo. Com certeza vamos os oferecer uma opção muito mais barata e eficiente", afirmou Abad.
Repasses garantem verba para manutenção
Para gerir o Complexo Maracanã, o consórcio formado por Flamengo e Fluminense vai pagar R$ 166.666,67 por mês ao Estado. Esse valor será revertido para a manutenção da área do Estádio de Atletismo Célio de Barros e do Parque Aquático Julio De Lamare. Além disso, 10% da receita líquida decorrente do tour do Maracanã serão repassados aos cofres públicos, com obrigação de garantia de arrecadação mínima de R$ 64 mil mensal. Todas as contas de manutenção do Complexo Maracanã serão pagas pelo permissionário.
A partir de agora, a Comissão Consultiva Estádio Jornalista Mário Filho – Maracanã, que conduziu todo o processo de permissão de uso, estará encarregada de elaborar um novo modelo de gestão a longo prazo para o Complexo Maracanã. No estádio para acompanhar a final do Carioca, lembrou que a redução dos custos do Maracanã era uma reivindicação dos clubes.
Parque Aquático Júlio De Lamare
A secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado do Rio de Janeiro reabriu no último dia 13, o Parque Aquático Júlio de Lamare, no Complexo do Maracanã. Após cinco anos de abandono e descaso, o espaço foi devolvido completamente para a sociedade. Além das três piscinas funcionando, o espaço agora conta com uma quadra poliesportiva, rampas de acesso para deficientes e um elevador que possibilita que pessoas com mobilidade reduzida possam ser colocadas na água para realizar atividades esportivas e de lazer.
Célio de Barros
O espaço passou por um processo de limpeza e revitalização para que possa ser utilizado como local para eventos esportivos e de lazer.