Traficantes do Morro do Adeus, em Ramos, na Zona Norte do Rio, são os principais suspeitos do ataque contra a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) do Alemão, que deixou pelo menos cinco carros de policiais depredados na última segunda-feira (22).
O traficante Fábio Brum Camargo, o Carão, que comanda a venda de drogas na favela, seria o mandante. A ação seria em represália a operações na comunidade.
A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que a ação ocorrida no pátio da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) serão apuradas e a guarda do local segue reforçada. Cinco carros particulares sofreram danos.
O governador do Rio, Wilson Witzel, disse em sua conta no Twitter que qualquer ação praticada contra o estado terá uma resposta dura.
Quem é o bandido
Carão, segundo investigações, é líder da organização criminosa dos morros do Adeus e da Baiana a quem os demais integrantes se reportam, seguindo suas orientações referentes à compra e venda de drogas, incluindo valores, forma de venda e acondicionamento, local. Carão define ainda funções na empresa criminosa, conquista de território então explorado pela quadrilha rival, aquisição de armamento e munições, definição de punições para os desafetos ou qualquer pessoa que descumpra suas ordens ou possa, de qualquer forma, ser um obstáculo para a realização do tráfico de drogas, determinação de resistência à ação policial, inclusive homicídios, determinação de roubos e distribuição de lucros. A quadrilha comandada por Carão contaria com ao menos 50 integrantes.
Em 2007, ele confessou ser o autor do tiro que matou o policial civil Eduardo Henrique da Cunha Mattos, atirador de elite da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).
Na época, o bandido foi localizado, através de uma denúncia anônima, e preso por policiais da Core quando estava internado no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. O policial foi atingido por um tiro na cabeça, em operação no Morro do Adeus, em Ramos.
Fábio confessou ter efetuado com um fuzil AK47 o disparo que atingiu Eduardo, quando o policial estava no helicóptero Águia 1. O assassino estava internado no hospital porque caiu da laje de uma casa, no Morro do Adeus, quando fugia da Polícia.