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Ganância em exame

Laboratório, para economizar, passou de diária a semanal checagem de testes de HIV/AIDS

Delegacia de Consumidor instaurou inquérito, após depoimento de técnico no caso da liberação para transplantes de órgãos contaminados por vírus, com base em laudos de falso negativo


Falhas no controle operacional dos testes de HIV AIDS levaram à laudos de falso negativo, o que resultou no transplante de órgãos contaminados e o contágio de seis pacientes. Foto: Fernando Frazão/Agê

investigações, conduzidas pela Delegacia do Consumidor (Decon), revelam que houve uma falha operacional no controle de qualidade aplicado nos testes de HIV/AIDS pelo Laboratório PCS Saleme. A análise das amostras deixou de ser realizada diariamente e se tornou semanal, com o objetivo de diminuir custos.

– Quando soube do fato, imediatamente determinei que a Delegacia do Consumidor instaurasse inquérito e realizasse as diligências com rigor e celeridade, o que culminou na operação desta segunda-feira e o cumprimento de medidas cautelares – disse o secretário de Estado da Polícia Civil, delegado Felipe Curi.

A Polícia Civil segue em diligências para apurar a cadeia operacional relacionada à elaboração dos laudos. A questão contratual com o laboratório também está sendo investigada. O laboratório tinha contrato assinado com a Fundação Saúde, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde, para realizar exames de análises clínicas e de anatomia patológica em todas as unidades da rede. O contrato foi assinado em dezembro de 2023, mas foi suspenso pela secretaria após a divulgação de informações sobre a contaminação de pacientes transplantados.

Na segunda-feira (14/10), agentes do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) realizaram a 1ª fase da "Operação Verum”, . Nas diligências, prenderam o sócio controlador do laboratório, o médico Walter Vieira, tio do deputado federal Dr Luizinho, do PP, ex-secretário de Saúde do Estado do Rio, e um técnico do laboratório, Ivanilson Fernandes. O PCS Saleme, com sede em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, é investigado pela emissão de laudos falsos que resultaram no transplante de órgãos infectados com HIV.

Duas pessoas são consideradas foragidas. Os agentes também cumpriram 11 mandados de busca e apreensão em diversos endereços.

– Assim que tive conhecimento dos casos determinei a apuração imediata dos fatos. Todos os envolvidos serão investigados e os culpados serão punidos com o rigor da lei. Esse crime atenta contra todo o estado e daremos uma resposta dura – declarou o governador Cláudio Castro.

A Delegacia do Consumidor também investiga se o laboratório falsificou laudos em outros casos. “Determinei imediatamente a instauração de inquérito, atendendo determinação do governador para que os fatos fossem investigados com maior rigor e rapidez. Conseguimos elementos para representar pelas cautelares junto à Justiça em tempo recorde, para que os culpados sejam punidos com a maior celeridade”, afirmou o secretário estadual de Polícia Civil, Felipe Curi, por meio de nota.

Por meio de nota, as defesas de Walter e Mateus Vieira, sócios do PCS Lab Saleme, repudiaram “com veemência a suposta existência de um esquema criminoso para forjar laudos dentro do laboratório, uma empresa que atua no mercado há mais de 50 anos. Ambos prestarão todos os esclarecimentos à Justiça”, disseram.


Agência Brasil e Polícia Civil

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