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Projeto social exibe sessões de curta-metragens em hospitais emocionando crianças, pais e profissionais

Cinema com uma dose especial de afeto já teve oito sessões de exibição de filmes

Por Luciana Serpa em 24/02/2025 às 19:59:58
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Foto: Divulgação/Roberto Pontes

O projeto social Curta Terapia concluiu, na última quinta-feira (20), a primeira temporada desta edição, com a oitava sessão de exibição de curta-metragens no Hospital Barra D’Or, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Os pacientes internados e a equipe de enfermagem tiveram a sorte de passar pela experiência completa de assistir a um filme - com direito a pipoca - e a shows musicais, além de tirarem fotos e interagirem com os artistas convidados.

“A gente percebe que eventos como esses fazem muita diferença na evolução clínica dos pacientes. Transforma o dia deles e também dos responsáveis que os acompanham, o que deixa toda a equipe do hospital muito feliz”, comenta Érica Barros, responsável pela enfermagem da UTI Pediátrica do Barra D’Or.

Hospitalizado há mais de um mês, o paciente Guilherme Franklin, de 15 anos e fã do filme e série “Detetives do Prédio Azul”, teve a oportunidade de conversar com a atriz Letícia Pedro, presente no evento. O jovem revelou à artista que ama cinema, faz vídeos no próprio hospital e também cultiva o sonho de ser um ator muito famoso.

“Minha batalha é muito grande. Sempre tento fazer todo o possível para ver meu filho feliz. O projeto me surpreendeu positivamente, pois não imaginava que encontraria artistas aqui. Esse é o mundo que ele sonha fazer parte. Desejo que continuem com o projeto. Estou muito grata por alegrarem o meu filho. Aqui, no hospital, é uma luta. É difícil ter esses momentos de descontração e risadas, porque os problemas falam mais alto. Mas nos desligamos de tudo durante essa sessão”, se emocionou a mãe de Guilherme, Paula Franklin, que, atualmente, se dedica a fazer uma campanha para sensibilizar as pessoas sobre a importância da doação de sangue. O intuito é alavancar cada vez mais doadores. Ela, aliás, recebeu todo o apoio e acolhimento da equipe do Curta Terapia.

O ator Guga Coelho, do filme “Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa”, em cartaz nos cinemas, comentou o trailer exibido na sessão e observou que todos têm "um artista escondido dentro de si".

“A mensagem do filme 'Chico Bento' é sobre o poder da coletividade com paciência, carinho e respeito à natureza. E tem tudo a ver com esse projeto!”, analisou Guga.

Após a sessão de curtas-metragens destinada ao público infantil, a cantora e atriz Joyce Cândido apresentou as canções da peça infanto-juvenil “Os Saltimbancos”, musical do qual ela faz parte do elenco. A cena encantou o pequeno Benício Bragança, que se manteve muito participativo durante todo o evento e quis brincar com os fantoches da performance.

“Mudou meu dia ver o 'modo criança' dele ativado. É importante sair dessa condição de ficar parado numa cama do hospital. Ver meu filho correndo e brincando é um sinal de evolução. Acho que ele pensou que está em casa aqui!”, se comoveu Fábio Bragança, pai de Benício.

“O Curta Terapia exibe filmes com mensagens positivas, porque a gente sabe como, às vezes, é difícil se manter otimista dentro do ambiente hospitalar. É uma grande missão se colocar nesse lugar de cuidar do outro”, disse a atriz Bel Kutner ao reforçar a importância do trabalho.

O músico Gugu Peixoto encerrou a sessão exibida para a equipe de enfermagem com o astral bem alto. O cantor apresentou composições de sua autoria, como “Linda Rosa” e “A Dança”, música gentilmente cedida pelo artista para o curta-metragem que originou o projeto.

Para a atriz Marcela Siqueira, idealizadora do Curta Terapia, o projeto cumpriu o propósito de fazer a diferença na vida das pessoas ao levar a arte, cultura e afeto até os hospitais. Segundo ela, a pretensão é de levar a "missão" a outras cidades do Brasil.

“Cuidamos do todo. A gente faz parte e divide um mesmo planeta. Temos de fazer essa ação valer a pena. Durante o projeto, pensamos coletivamente como cada ato impacta a nossa vida e dos participantes. Temos uma responsabilidade social e ambiental. A produtora Cinema Verde é a nossa parceira e nos forneceu várias dicas sobre como reduzir o impacto do evento para o meio ambiente”, revelou a artista.

Gabriel Faustino, integrante do projeto Curta Terapia, é uma referência para os pacientes hospitalizados. Na infância, Gabriel superou uma longa internação para o tratamento de um câncer. O ator lembra que se fortaleceu muito participando de atividades artísticas, enquanto esteve no INCA. Assim, se considera uma prova viva que um diagnóstico não é, portanto, uma sentença. Os pacientes que participam do projeto veem no ator um exemplo de esperança na recuperação. Os internos percebem que é possível dar a volta por cima nos problemas de saúde e construir uma bela história de vida.

“Falar sobre o Curta Terapia é falar sobre uma rede de afetos. Quando a arte entra em cena, todos ganham: os pacientes, os familiares, os acompanhantes, a equipe do hospital e a própria unidade hospitalar, porque enfatiza a parte humana, além dos remédios e do tratamento prescrito. A arte alcança onde a gente não consegue chegar conscientemente, chega numa dosagem onde cada pessoa precisa dela ao se reconhecer, seja através de uma história, personagem, convidado, ou em uma música. Cada um sabe onde precisa daquela dose extra de arte. A gente confia na função do poder da arte de conduzir a mensagem até onde cada um precisa. O Curta Terapia é um caminho de afeto que transborda na sessão de cinema, mas começa desde a preparação com a equipe e vai até o olhar generoso de cada um. É um trajeto muito bonito. Esse projeto me deixa muito feliz”, finaliza Eduardo Pinheiro, psicólogo e arteterapeuta que acompanha a equipe nas sessões.

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