O projeto Atitude Animal, idealizado pela médica veterinária Fabíola Agostini, está prestes a se transformar no Instituto Atitude Animal, com o objetivo de promover o bem-estar de animais resgatados e melhorar a qualidade de vida de protetores independentes. Desde sua fundação, em 2016, o projeto tem se dedicado a realizar obras em gatis e canis localizados nas casas desses protetores, que muitas vezes enfrentam condições precárias para cuidar dos animais que acolhem.
Em entrevista ao Portal Eu, Rio!, Fabíola destacou a importância de oferecer não apenas abrigo, mas também um ambiente seguro e confortável para os animais. "Nosso objetivo é garantir que tanto os animais quanto os protetores tenham acesso a melhores condições de vida", afirmou. O Instituto buscará implementar práticas que assegurem o bem-estar animal, seguindo diretrizes que consideram as necessidades físicas e emocionais dos pets.
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Atualmente, Fabíola utiliza todo o dinheiro arrecadado em sua clínica veterinária para implementar esse seu sonho de melhoria da condição de vida dos animais e das pessoas. A venda de camisas do projeto é uma das formas de arrecadar fundos para essas intervenções também, permitindo que mais animais sejam atendidos e cuidados adequadamente.
Para ampliar suas ações, o Instituto Atitude Animal está aberto a parcerias com organizações e indivíduos que compartilhem da mesma visão. Essas parcerias são fundamentais para garantir que mais protetores e animais possam ser beneficiados, melhorando suas condições de vida e promovendo um ambiente mais saudável e seguro.
Com a crescente preocupação sobre o bem-estar animal no Brasil, onde a população pet é uma das maiores do mundo, iniciativas como a do Instituto Atitude Animal se tornam cruciais. A transformação do projeto em uma instituição formal permitirá ampliar as ações e alcançar mais protetores e animais em situação vulnerável. Além das reformas nas residências, o instituto planeja desenvolver programas de conscientização e educação sobre cuidados com os animais, reforçando a importância da adoção responsável e da proteção aos direitos dos animais.
Fabíola Agostini, formada em Medicina Veterinária desde 2004, tem se dedicado integralmente ao projeto desde 2020. Com sua experiência e paixão pela causa animal, ela espera que o Instituto Atitude Animal inspire outras iniciativas semelhantes e contribua para um futuro mais solidário e justo para os animais e seus cuidadores.
O Portal Eu, Rio! entrevistou a médica veterinária Fabíola Agostini sobre a origem e a concretização do Projeto Atitude Animal:
Portal Eu, Rio!: Fabíola, poderia nos contar sobre a origem do seu projeto e como ele se concretizou?
Fabíola Agostini: Eu me formei em veterinária em 2004, motivada pela paixão que tenho por animais. Moro na zona oeste do Rio de Janeiro, onde sempre me deparei com muitas situações de abandono e sofrimento animal. Isso me inspirou a ser uma agente de mudança. Inaugurei minha clínica, onde ajudo a comunidade, mas queria fazer muito mais. Em 2016, comecei a desenvolver o projeto Atitude Animal, que ficou engavetado por alguns motivos. Em 2020, retomei o desenvolvimento do projeto, que se tornará o Instituto Atitude Animal em breve. A finalidade do Instituto é realizar obras em canis e gatis de protetores independentes para melhorar o bem-estar tanto das pessoas quanto dos animais. É um projeto inovador, sem precedentes no Brasil, e aborda o problema do abandono de animais de forma holística.
PER: Como você arrecada recursos para implementar o projeto?
FA: Eu tenho uma clínica, a Veterinária Água Branca, e todo recurso que ganho lá é investido no meu projeto. Além disso, captamos recursos por meio da venda de roupas e do dinheiro proveniente de castrações populares. Nessas castrações, também ajudo a comunidade, pois oferecemos preços acessíveis. Com o dinheiro arrecadado, invisto no projeto.
PER: Como o projeto Atitude Animal se desenvolveu na prática até hoje?
FA: Eu trabalho com uma equipe de voluntários que me ajudam na implementação das obras. A primeira, que foi o nosso projeto piloto, foi realizada com recursos próprios e ocorreu entre fevereiro e junho de 2024. Foi feita na casa de um casal que morava em uma situação bem peculiar: os animais estavam soltos e espalhados por todos os ambientes da casa. O casal deixava toda a casa para os animais e morava de fato em um quarto bem pequeno. Eles lavavam a casa seis vezes por dia, não saiam, não faziam nada. A vida deles era basicamente limpar a casa, já que gatos e cães ficavam todos misturados com o ambiente dos humanos. Esse casal desenvolveu algumas doenças psicossomáticas devido a essa rotina extenuante.
PER: E como foi após as obras? Houve algum impacto significativo na vida deles?
FA: Sim, após as obras, a vida deles e dos animais mudou completamente. Tivemos desdobramentos que nem pensávamos: até se casaram após 30 anos morando juntos e dedicando a vida aos animais sem estrutura alguma e sem apoio de ninguém. Agora, eles lavam a casa dia sim dia não. Hoje, eles captam água da chuva. Com a intervenção que fizemos, os animais têm menos estresse, vivem melhor também. Foi incrível ver como a mudança no ambiente físico impactou positivamente em suas vidas emocionais e sociais.
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PER: Quais os objetivos do seu projeto?
FA: O projeto vai além das obras físicas. Queremos mostrar a vida dos protetores de animais, suas preocupações e desafios. Muitos deles se entregam completamente à causa, mas enfrentam dificuldades para dar conta da vida. Quero mostrar a vida dessas pessoas, dos animais abandonados e como eles recebem carinho dessas pessoas.
PER: Além desse projeto específico, você tem outros planos para ajudar os animais em situação de abandono?
FA: Sim, sempre pensei em como ajudar os animais em situação de abandono. Assim, desenvolvi uma técnica de castração que não demanda cuidados pós-cirúrgicos para gatas, cães e gatos machos. Somente teremos o cuidado pós-cirúrgico em cachorras. Uso esse método de ponto intradérmico há mais de dois anos. É excelente, pois todos que castram não precisam retirar pontos, não precisam de roupa pós-cirúrgica nem de medicamentos em casa.
PER: Isso parece ser uma grande inovação. Qual é o impacto que você espera que essa técnica tenha?
FA: Espero que essa técnica possa ser amplamente adotada, facilitando o processo de castração e ajudando a reduzir a população de animais abandonados. Além disso, acredito que isso possa inspirar mais pessoas a se envolverem na causa animal.
PER: Isso é realmente inspirador. Como as pessoas podem ajudar o projeto a continuar crescendo e fazendo essa diferença?
FA: Estamos sempre abertos a parcerias e apoio. Além disso, vendemos camisas do projeto como forma de arrecadar fundos para nossas atividades. Essa ajuda é crucial para que possamos continuar realizando intervenções e melhorando a vida de mais protetores e animais.
Instagram: https://www.instagram.com/atitudeanimaloficial?igsh=MW5vZW1qbzdyMDJ0Zg%3D%3D&utm_source=qr
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