A Associação de Moradores do Grajaú (AMGRA) vai recorrer na Prefeitura do Rio de Janeiro para garantir a função social do Grajaú Tênis Clube, na Zona Norte carioca. Nesta sexta-feira (14), a coluna do jornalista Ancelmo Góes anunciou que a sede do clube vai ser leiloada. Por meio de um ofício, a presidente da AMGRA, Nice Carvalho, solicitou algumas ações. Ela também prometeu se encontrar com Marcelo Crivella para tentar amenizar a possível perda para o bairro.
Para Nice, o clube é um dos símbolos do bairro e, por tal motivo, os moradores não podem deixar que a sua história seja apagada.
"Foi ao redor do Grajaú Tênis Clube que o bairro cresceu. Hoje, ele continua sendo um local de lazer onde os seus associados dispõem de quadras de tênis, ginásio, piscina, pista de patinação sobre rodas e áreas para a recreação. Além disso, a sede é tombada pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro devido o seu papel histórico, social e cultural, conquistado ao longo desses 93 anos. Não podemos apagar essa história tão linda", destacou Nice.
Vale destacar que há nove décadas o Grajaú Tênis Clube (GTC) funciona na Avenida Engenheiro Richard. Em setembro deste ano, vai completar 94 anos de atividades sociais e desportivas. De acordo com informações dos autos de um processo que trâmita na 32° Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, o leilão da sede deve ocorrer por causa de uma dívida trabalhista.
O próximo leilão está previsto para acontecer no próximo dia 18 de junho. A avaliação do imóvel é de R$ 2 milhões. Além da autora do processo, a Prefeitura do Rio e um grupo hospitalar aparecem como terceiros interessados na ação judicial.
Sérgio Sapo, atual presidente do GTC, conversou com o Eu,Rio! sobre a situação do clube. Segundo ele, apesar do cenário desfavorável, foram feitas tentativas de negociação, mas a autora da ação não aceitou as propostas.
"Essa ação já rola a 25 anos. Já passamos por um leilão e não aconteceu nada. Agora, iremos para o segundo. Infelizmente, é uma situação triste, pois somos um clube com quase 94 anos de existência. Fazemos ações sociais, somos zona eleitoral, posto de vacinação, empregamos de 60 a 70 pessoas e atendemos quase 700 crianças. Nós não estamos nos negando a pagar as dívidas, mas as partes não aceitaram as nossas propostas. A atual administração está trabalhando para isso. O GTC merece ficar aqui", explicou Sapo.
O jornalista da Rádio Nacional, Mário Silva, também lamentou a situação do tradicional espaço grajauense. Durante 14 anos, nas décadas de 60 e 70, ele frequentou os áureos tempos do GTC.
"Esse clube já foi um dos mais tradicionais do Rio de Janeiro. Durante anos, realizou grandes bailes de carnaval e foi um local de intensa atividade social do Grajaú e de toda a cidade. Berço de grandes times de futebol de salão e jogadores. É lamentável este momento, essa crise que atinge diversos clubes tradicionais do Rio. Espero realmente que não percamos mais um símbolo dos grandes tempos da capital carioca", relembrou Mário.
por Jonas Feliciano