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Witzel fala em jogar míssil em traficantes da Cidade de Deus ao anunciar segurança presente na baixada

Discurso aconteceu na Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu e reunia autoridades

Por Leonardo Pimenta em 14/06/2019 às 22:34:56

Foto: ASCOM/GOVRJ

O governador Wilson Witzel esteve, nesta sexta-feira (14), na Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu para anunciar o programa "Segurança Presente" nos municípios da Baixada Fluminense. O evento contou com a participação do secretário de Governo e Relações Institucionais, Gutemberg Fonseca, dos prefeitos da região e com deputados estaduais e federais. No discurso, o governador relatou que o programa "Segurança Presente" pode ser levado para os municípios fluminenses devido a uma parceria entre o Governo do Rio e a Assembleia Legislativa do Estado Rio de Janeiro (ALERJ).

"Esta é mais uma parceria do Governo do Estado com a Assembleia Legislativa, onde há um trabalho para encontrar recursos do orçamento. Isto está sendo feito pelos deputados e, em especial pelo presidente da Casa, André Ceciliano, para economizar e repassar esse recurso de volta ao Estado para que haja investimento em uma área tão carente como é a segurança pública do Rio de Janeiro. Serão centenas de policiais em toda a Baixada Fluminense, além do aumento do efetivo para a Polícia Militar nos próximos dois anos. Serão quase 200 policiais militares neste primeiro momento", disse o governador.

Os primeiros municípios a receber o programa de segurança serão Duque de Caxias, São João de Meriti e Nova Iguaçu. Segundo Witzel, Nova Iguaçu receberá 550 agentes, Duque de Caxias, 340 e São João de Meriti, 340.  Já as demais cidades da Baixada serão contempladas em um segundo momento.

No discurso, Wilson Witzel comentou também sobre as imagens aéreas filmadas na Cidade de Deus por uma emissora local em que apareciam homens armados circulando pela comunidade.

"O vagabundo bandido quer atalho e aí nós, cidadãos, não vamos aceitar isso. A nossa polícia, ela não quer matar. Mas nós não queremos ver cenas como aquelas que nós vimos, na Cidade de Deus, que, se fosse com autorização da ONU, em outros lugares do mundo, nós tínhamos autorização para mandar um míssil naquele local e explodir aquelas pessoas. Porque nós estamos vivendo um estado de terrorismo, não só no estado do Rio de Janeiro, mas nas comunidades onde eles se infiltraram. Não é a comunidade que faz o sujeito ser terrorista porque lá na CDD, na Rocinha, no Vidigal, tem gente decente, que trabalha e estuda", afirmou o governador do Rio.

A deputada estadual Renata Souza (PSOL), presidente da ALERJ da Comissão de Direitos Humanos, emitiu uma nota de indignação em uma rede social pelo discurso do governador.

"GOVERNADOR QUER JOGAR MÍSSIL NA FAVELA?

É preciso lembrar ao ex-juiz que, por lei, não temos pena de morte no Brasil, e ainda que tivéssemos, todos teriam direito a julgamento prévio. Precisamos lembrá-lo que estamos em um Estado Democrático de Direito e não de barbárie. Segurança pública se faz com estratégia, prevenção e inteligência, não com mísseis e execuções sumárias. A declaração do governador revela uma mentalidade autoritária e violenta que expressa, no fundo, o seu preconceito e total desprezo com a vida dos pobres que moram nas favelas do Rio de Janeiro. Além disso, é claro, uma tentativa de deslegitimar e menosprezar uma importante instituição internacional como a ONU", dizia a nota da deputada Renata Souza.

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