Quase cinco anos após o jato Boeing 777 ter sido abatido sobre o leste da Ucrânia, em 17 de julho de 2014, uma equipe internacional de investigadores anunciou que três russos e um ucraniano serão julgados pelo transporte do sistema de mísseis usado no ataque, e pela responsabilidade nos disparos.
Os três russos foram identificados como Igor Girkin, 48, Sergey Dubinskiy, 56, e Oleg Pulatov, 52, enquanto o outro homem, um ucraniano, foi identificado como Leonid Kharchenko, de 47 anos.
Girkin é um ex-coronel do FSB, o serviço de segurança russo, Dubinskiy já foi empregado da GRU, o serviço de inteligência militar russo, e Pulatov é um ex-soldado da Spetznaz, as forças especiais da GRU. Kharchenko é o único suspeito sem antecedentes militares.
A equipe internacional de detetives e promotores que investigaram o acidente disse que os homens haviam "cooperado de perto" para obter o armamento - uma variante 9M38 do sistema de mísseis Buk usado pela Rússia - e posicioná-lo antes de atingir o avião de passageiros, que estava indo de Amsterdã para Kuala Lumpur.
Falando em uma coletiva de imprensa em Haia, o chefe da polícia holandesa Wilbert Paulissen disse que o julgamento do homicídio começaria no mesmo tribunal em 9 de março de 2020 - embora os homens não devam comparecer, já que seus países não reconhecem pedidos de extradição e dificilmente operar com a investigação.
O promotor-chefe Fred Westerbeke disse que o fracasso da Rússia em auxiliar a investigação foi um "tapa na cara" para as famílias daqueles que morreram.
"Nós estabelecemos que houve envolvimento da Federação Russa porque eles disponibilizaram o míssil que foi usado para derrubar o MH17. A federação russa não divulgou nada do que aconteceu e isso é um tapa na cara de todos os parentes das vítimas, e peço a eles que comecem a cooperar". Disse Westerbeke.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta quarta-feira (19) que Moscou não confia na investigação, mas afirmou que houve uma disposição para ajudar.
O chefe da polícia holandesa, Wilbert Paulissen, afirmou que mais suspeitos podem ser identificados em uma data posterior, incluindo os "mais altos na cadeia de comando", mas acrescentou que ainda não há evidências suficientes para isso.