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Para participar mesmo de longe

Flip tem aplicativo que permite assistir ao vivo a mesas de debates

Participantes poderão ver acervo de vídeos das edições anteriores


Foto: Fábio Gonçalves

Já está no ar o aplicativo da 17ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) na Costa Verde fluminense. A nova plataforma permite aos usuários assistir, ao vivo e gratuitamente, as mesas da edição da festa deste ano e receber notificações para acompanhar o programa principal.

Além disso, é possível ver todo o acervo de vídeos das 16 edições anteriores da Flip, incluindo entrevistas históricas e melhores momentos da festa, que mistura literatura, arte e cultura. O aplicativo está disponível para Android e iOS. Após a realização da Flip, o aplicativo passará a ser exclusivo de assinantes, em dois planos diferentes: mensal, ao custo de R$ 35, e anual, no valor de R$ 249, parcelado em até dez vezes.

Direitos humanos

O movimento Ocupa Beauvoir, de mulheres que trabalham com a questão da desigualdade de gênero no mercado literário, realiza, na programação paralela da Flip, a ação “De Rosa Luxemburgo a Marielle Franco”. O movimento lança e distribui gratuitamente, durante o evento, uma série artística de cartazes interativos em homenagem a dez mulheres ativistas de direitos humanos, nacionais e estrangeiras, que morreram por causa de sua luta sobre o tema.

Neste sábado (13), às 10h, as integrantes do Ocupa Beauvoir fazem uma roda de conversa sobre o processo de construção dessa ação, que contou com a participação de escritoras brasileiras, convidadas a escrever cartas para as ativistas assassinadas, como se narrassem o que ocorreu depois de sua morte. A ação conta com parceria do Barco Pirata da Festa Literária Pirata das Editoras Independentes (Flipei), que ficará ancorado no cais de Paraty até domingo (14).

Multimídia

A diretora do movimento e curadora da ação na Flip, Leila Vilhena, informou que os cartazes retratam Esther Ballestrino, fundadora da Associação Mães da Praça de Maio, na Argentina; a ambientalista hondurenha Berta Cáceres; a parteira de origem Ixil Maia, na Guatemala, Juana Santiago; a pescadora brasileira Nilce Magalhães, líder do Movimento dos Atingidos por Barragens; a brasileira Luana Barbosa, morta em uma abordagem policial; a jornalista japonesa Itô Noé. A filósofa, economista e ativista polaco-alemã Rosa de Luxemburgo; a vereadora Marielle Franco; a travesti e ativista americana pelos direitos da comunidade LGBT Marsha Johnson; e Dandara, guerreira e líder negra do Quilombo de Palmares, completam a lista.

Os cartazes multimídia foram ilustrados por dez artistas. Eles têm um QRCode que permite às pessoas, usando a câmera do celular, ter acesso imediato ao áudio exclusivo das escritoras lendo as cartas que escreveram para as ativistas mortas. “É uma característica do Ocupa Beauvoir. Todos os cartazes são interativos”, disse à Agência Brasil a idealizadora do movimento, Leila Vilhena.

Preconceito

Nesta nova edição da Flip, a Primavera Editorial realiza hoje (12), na Casa da Porta Amarela, debate sobre afroempreendedorismo, black money e preconceito. Participam Débora Luz e Bruno Brígida, empreendedores do Clube da Preta.

A editora aproveitará a Flip para lançar novos títulos que abordam a importância de trabalhar em prol da diversidade nos negócios e no mundo corporativo. Entre eles, destaque para “Brilhe na Sua Praia”, resultado da mistura entre exasperação e otimismo de duas garotas negras inglesas.

Cordel

Patrimônio histórico e artístico nacional desde 2018, a literatura de cordel participa da Flip pela primeira vez. “A partir do momento em que existe o registro de um bem cultural de natureza imaterial, ele já nasce, depois de pesquisa feita com os defensores desse patrimônio, com as recomendações de salvaguarda”, explicou o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Hermano Queiroz.

Uma das ações de salvaguarda é a inserção da literatura de cordel na Flip. Cerca de dez a 15 cordelistas e representações da literatura de cordel marcam presença no Escritório Técnico do Iphan em Paraty até o dia 14, para realizar oficinas para o público, rodas de conversa, apresentações musicais, declamações, geogravuras, lançamento de livros. “É o primeiro passo para uma ação maior na própria Flip, construindo de forma cuidadosa e estratégica esse espaço para o cordel lá. Já é uma conquista”, disse Queiroz.

Foto: Fábio Gonçalves

Doação de livros

Durante a Flip, a casa editorial Estrela Cultural vai doar 300 exemplares de algumas obras de seu catálogo para bibliotecas de escolas públicas de Paraty. O objetivo é promover educação e cultura de maneira inovadora. Entre os livros que serão lançados na festa, destaque para Brinquedos Miúdos e Graúdos-nascidos da barriga da língua portuguesa, de autoria da poeta e pesquisadora Selma Maria Kuasne.


Agência Brasil

Flip Paraty Literatura Feira

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