Se a milícia se mostrou forte dentro de Itaboraí, o tráfico também possui uma estrutura organizada no município, expandindo inclusive seus negócios para a cidade vizinha de Tanguá e atuando em roubos de cargas em rodovias estaduais e federais.
Uma investigação feita pela Polícia Federal revelou como funciona a quadrilha que atua na venda de drogas no Complexo das Retas.
O comando do tráfico vem de dentro do Complexo Prisional de Bangu onde Lindomar de Oliveira Brant, o Dodô, dá as ordens usando telefones celulares. Lembrando que Dodô estava preso em uma penitenciária federal fora do Estado mas voltou para o Rio no ano passado e passou a ter mais facilidade em controlar os negócios. A Justiça inclusive chegou a determinar que fosse instalado bloqueadores na prisão onde o traficante estava para impedir sua comunicação com os comparsas.
Outros dois bandidos: Róbson Luiz Monteiro Martins, o Canela de Vidro ou Perna, e Róbson Luiz Ayres dos Santos, o Maskara, também estão presos em Bangu e mesmo assim participam ativamente da quadrilha também usando celulares.
Com Dodô preso, as lideranças fora da cadeia são Maurício Pereira Marques Filho, o Branquinho ou BR e Sandro Henrique Torres, o Playboy.
Entre as comunidades dominadas pelo grupo em Itaboraí e Tanguá se encontram também Gebara, Sambaetiba, Agrobrasil, Fazendinha, além de Rua 100 no bairro de Ampliação.
Há na investigação a informação de que os criminosos executaram devedores do tráfico e atentaram contra a vida de policiais durante operação para capturar membros da quadrilha.
O tráfico no Complexo das Retas é vinculado à facção criminosa Comando Vermelho (CV). O bando também controlava o bairro Visconde de Itaboraí mas perdeu para a milícia.