TOPO - PRINCIPAL 1190X148

O Departamento de Justiça dos EUA reabre a investigação de Emmett Till

Após 63 anos, caso do menino morto, no Mississípi, volta a ser analisado

Por Laura Bevilacqua em 14/07/2018 às 11:48:31

O menino Emmett Till. (Divulgação)

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, após 63 anos, reabriu a investigação do caso do menino, afro-americano, Emmett Louis Till, morto aos 14 anos, em 1955, no Mississípi, após ser acusado de assédio por uma mulher. O crime é considerado não solucionado e ocorreu numa área que havia segregação racial.

Após o lançamento do livro “The Blood of Emmett Till”, a família do menino Till exigiu a reabertura do caso, que tinha sido fechado em 2007, depois que as autoridades falaram que todos os suspeitos estavam mortos. No livro há relatos de que Carolyn Donham, anteriormente chamada de Carolyn Bryant, viúva de um dos acusados do crime, Roy Bryant, admitiu, em um entrevista ao historiador Timothy Tyson, que mentiu no depoimento à polícia, no passado, quando disse que Till teria cometido assédio físico e verbal contra ela.

“Essa parte não é verdade “, disse Carolyn Donham, segundo Tyson. “Nada do que aquele menino fez jamais poderia justificar o que aconteceu com ele” disse Donham, segundo Tyson.

Emmett Louis Till, nascido em Chicago, nos EUA, em 1941, foi visitar um parente no Mississípi, em 1955. Ao entrar numa loja para comprar pastilhas, Carolyn Bryant, hoje chamada Carolyn Donham, estava trabalhando na loja, no lugar do seu marido, Roy Bryant, que era gerente da loja. Quando o marido voltou para a loja, Carolyn fez o marido acreditar que o menino tinha assediado a mulher dele.

Till foi arrancado da cama, espancado e baleado na cabeça. O corpo foi encontrado três dias depois num rio. Os dois suspeitos do crime, Roy Bryant e Milam, foram absolvidos mais tarde, por um júri composto por homens brancos.

Numa entrevista, meses mais tarde, à uma revista, os dois confessaram o assassinato, dizendo que só queriam assustar Till, mas ele reagiu.

Na época, o fato gerou manifestações pelos Estados Unidos.Uma delas organizada por Martin Luther King Jr.

 


 Legenda : Rubin Carter, o Hurricane (Divulgação)


Exemplo de condenação injusta nos EUA

Nos Estados Unidos, o lutador de boxe Rubin Carter, conhecido como Hurricane Carter, esteve quase 20 anos numa prisão, acusado, injustamente, de três assassinatos que não cometeu.

Em 1966,  Hurricane foi detido com um amigo chamado John Artis e acusado de assassinar três pessoas em Nova Jersey, nos EUA.Foi condenado a prisão perpétua, num julgamento feito por um júri composto por brancos. Os dois amigos negaram a participação nos assassinatos.

Em 1976, Carter e Artis foram condenados novamente. Em 1979, com a ajuda de uma adolescente, que morava no Canadá, Hurricane conseguiu o apoio de advogados canadenses para obter a sua liberdade. Em 1985, um juiz federal diz que a promotoria teria agido de má fé nos julgamentos anteriores de Hurricane.Livre, Hurricane vai viver no Canadá. Em 2011, morreu, em Toronto, no Canadá.

Segundo o presidente da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra, do Conselho Federal da OAB, Humberto Adami Júnior, absolvições e condenações, influenciadas pela raça, acontecem todo dia, mas não da forma ostensiva como no Caso Emmett Till.

 

POSIÇÃO 3 - ALERJ 1190X148POSIÇÃO 3 - ALERJ 1190X148
Saiba como criar um Portal de Notícias Administrável com Hotfix Press.