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Moradores dizem que Crivella ignora a opinião pública sobre o Parque de Realengo Verde

No último domingo (11), responsáveis pela.obra atearam fogo no local

Por Jonas Feliciano em 12/08/2019 às 21:25:54

Imagem: Movimento 100% Parque de Realengo Verde

Na noite do último domingo (11), o Parque Realengo Verde, com uma área de 142 mil metros quadrados, no bairro de Realengo, na Zona Oeste do Rio, sofreu mais um incêndio. Desta vez, um vídeo produzido por um morador denunciou o episódio. As imagens circularam pelas redes sociais.

Localizado na Rua Professor Carlos Wenceslau, o parque virou alvo de um projeto da Prefeitura do Rio que, no ano passado, anunciou a construção de um espaço semelhante ao Parque de Madureira. Contudo, atualmente, ele deve ser transformado em um empreendimento residencial. Os moradores da região se mobilizaram para evitar a construção e conseguiram o apoio de parlamentares com o intuito de impedir a obra.

Imagem: Movimento 100% Parque de Realengo

Sérgio Ricardo, membro do Movimento Baía Viva, também chamou a atenção para o projeto idealizado pelo prefeito Marcelo Crivella.

"O Realengo Verde é o local onde o Crivella pretende construir com uma fundação privada do Exército alguns condomínios residenciais. O local é a última área verde do bairro e fica próximo a floresta do Gamboatá que também está ameaçada pela construção do novo autódromo. Neste caso, segundo um laudo do Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a prefeitura está tentando liberar o desmatamento de 200 mil árvores. São duas reservas que estão sob à ameaça da especulação imobiliária", destacou Sérgio.

O ambientalista ainda relembrou que, na semana passada, o prefeito encaminhou um Projeto de Lei, em regime de urgência, com intuito de autorizar a construção de prédios com até 10 andares nos limites do Parque Realengo Verde.

"Já existem máquinas operando lá dentro. Ali, também existia uma antiga fábrica de cartuchos do Exército que já foi destruída. Portanto, antes da prefeitura submeter essas medidas absurdas à Câmara dos Vereadores, a destruição ambiental começou", lamentou o ecologista.

Imagem: Movimento 100% Parque de Realengo

A reportagem do Portal Eu,Rio! procurou o Exército Brasileiro e a Prefeitura do Rio para esclarecer algumas questões ligadas à construção da área residencial onde hoje funciona o Parque Realengo Verde. Em resposta aos questionamentos do veículo, a Prefeitura afirmou que o terreno é particular e pertence à Fundação Habitacional do Exército (FHE).

Em nota, o Comando do Exército afirmou que a área em questão foi permutada pelo por obras de contrapartida. Segundo o EB, após receber a totalidade das obras permutadas em contrapartida, concretizou a transferência da propriedade do imóvel em 18 de dezembro de 2014, não tendo mais qualquer jurisdição sobre a área, nem ingerência sobre a destinação da mesma.

Contudo, em uma página do Facebook utilizada para divulgar a causa dos moradores a favor da preservação do parque, existem acusações contra o prefeito Marcelo Crivella. A população diz que a atual gestão de ignora a Lei Complementar N°111/11 que dispõe sobre a política urbana e ambiental e institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Sustentável do Município do Rio de Janeiro. Eles também reforçam que o terreno pertence à União.

Em duas publicações, os representantes afirmam que Crivella induziu a Câmara dos Vereadores ao erro e não ouviu o apelo da população em sete audiências públicas que já foram realizadas sobre o assunto. Em um vídeo disponível na página, representantes do movimento 100% Parque Realengo Verde convocam a sociedade carioca para comparecer, nesta terça-feira (13), na Câmara dos Vereadores. O objetivo é pressionar os parlamentares a votarem contra a PL 32/2017 que pretende tornar a urbanização mais flexível, mais rápida e menos burocrática.

Leandro Fraga é um representante do Movimento 100% Parque de Realengo Verde. Ele afirmou que a empreiteira já está limpando todo o terreno.

"Como é uma empresa poderosa, nós não sabemos se ela tem licença. Os animais estão invadido as casas do entorno. São macacos, gambás e cobras além de estarem espantando os pássaros. Ontem à noite (11), colocaram fogo! Agora, está na câmara porque querem aumentar altura dos prédios. Eles querem de 10 a 12 andares com 12 prédios. Também não sabemos o quanto está autorizado mexer na vegetação ou no solo. Devagar estão destruindo tudo", contou Leandro.

Imagem: Movimento 100% Parque de Realengo

Imagem: Movimento 100% Parque de Realengo

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