Na noite do último domingo (11), o Parque Realengo Verde, com uma área de 142 mil metros quadrados, no bairro de Realengo, na Zona Oeste do Rio, sofreu mais um incêndio. Desta vez, um vídeo produzido por um morador denunciou o episódio. As imagens circularam pelas redes sociais.
Localizado na Rua Professor Carlos Wenceslau, o parque virou alvo de um projeto da Prefeitura do Rio que, no ano passado, anunciou a construção de um espaço semelhante ao Parque de Madureira. Contudo, atualmente, ele deve ser transformado em um empreendimento residencial. Os moradores da região se mobilizaram para evitar a construção e conseguiram o apoio de parlamentares com o intuito de impedir a obra.
Sérgio Ricardo, membro do Movimento Baía Viva, também chamou a atenção para o projeto idealizado pelo prefeito Marcelo Crivella.
"O Realengo Verde é o local onde o Crivella pretende construir com uma fundação privada do Exército alguns condomínios residenciais. O local é a última área verde do bairro e fica próximo a floresta do Gamboatá que também está ameaçada pela construção do novo autódromo. Neste caso, segundo um laudo do Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a prefeitura está tentando liberar o desmatamento de 200 mil árvores. São duas reservas que estão sob à ameaça da especulação imobiliária", destacou Sérgio.
O ambientalista ainda relembrou que, na semana passada, o prefeito encaminhou um Projeto de Lei, em regime de urgência, com intuito de autorizar a construção de prédios com até 10 andares nos limites do Parque Realengo Verde.
"Já existem máquinas operando lá dentro. Ali, também existia uma antiga fábrica de cartuchos do Exército que já foi destruída. Portanto, antes da prefeitura submeter essas medidas absurdas à Câmara dos Vereadores, a destruição ambiental começou", lamentou o ecologista.
Leandro Fraga é um representante do Movimento 100% Parque de Realengo Verde. Ele afirmou que a empreiteira já está limpando todo o terreno.
"Como é uma empresa poderosa, nós não sabemos se ela tem licença. Os animais estão invadido as casas do entorno. São macacos, gambás e cobras além de estarem espantando os pássaros. Ontem à noite (11), colocaram fogo! Agora, está na câmara porque querem aumentar altura dos prédios. Eles querem de 10 a 12 andares com 12 prédios. Também não sabemos o quanto está autorizado mexer na vegetação ou no solo. Devagar estão destruindo tudo", contou Leandro.