Pesquisas recentes mostram que a maioria das pessoas acredita que a depressão representa apenas um momento de tristeza e não uma doença. A falta de informação sobre a depressão prejudica o enfrentamento do problema, pois sem ajuda de um especialista não há diagnóstico e nem tratamento adequado, aumentando, assim, o risco de suicídio entre pessoas que sofrem do transtorno mental.
Neste mês, a campanga "Setembro Amarelo" promove a conscientização sobre a prevenção do suicídio. No Brasil, a iniciativa foi criado em 2015 pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). Desde então, com a proposta de associar à cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro), o projeto vem buscando dar visibilidade à causa.
Nos últimos anos, escolas, universidades, entidades do setor público e privado e a população de forma geral também se envolveram com o movimento em todo o Brasil. Entre algumas ações de destaque estão a presença do amarelo em monumentos como o Cristo Redentor (RJ), o Congresso Nacional e o Palácio do Itamaray (DF), o Estádio Beira Rio (RS) e o Elevador Lacerda (BA).
A psiquiatra Maria João Noronha, do CER Barra, unidade administrada pela RioSaúde, conversou com o Portal Eu,Rio! e ela alertou sobre a depressão. Maria também explicou quais são os principais sintomas do transtorno psiquiátrico.
"Desânimo, perda do interesse em atividades que antes tinha prazer, dores e cansaço, alteração do sono, falta de apetite, irritabilidade e baixo limiar a frustrações são alguns dos sintomas mais observados e que devem servir de alerta", destacou.
A especialista também comentou como? diferenciar a tristeza da depressão.
"A tristeza ajuda na elaboração das perdas ou sofrimentos ocasionais, que com o tempo vão se atenuando.? Já a depressão é uma situação de adoecimento. É uma tristeza que não melhora e que vem antes mesmo de surgirem os motivos", completou a psiquiatra.
Ela ainda falou sobre o uso de psicotrópicos e também do medo da dependência que acaba afastando as pessoas do tratamento.
"Existe ainda preconceito em relação a busca de ajuda do psiquiatra e ao uso de medicações que agem no sistema nervoso central pelo medo da dependência, tolerância e efeitos colaterais. A depressão é uma doença e não fraqueza moral, muitas vezes é considerada comofrescura e uma forma de chamar a atenção.? Mas é por estar deprimida é que a pessoa fica presa aos pensamentos negativos. A conscientização sobre a doença reduz o estigma e aumenta a abertura das pessoas para buscar tratamento", concluiu a médica.