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Traficante usaria máquina para triturar corpos de vítimas ainda vivas e dar para porcos comerem

Denúncia foi feita por mãe de uma das vítimas do criminoso, que revela outros detalhes do domínio do criminoso na comunidade do Coqueiro

Por Portal Eu, Rio! em 06/09/2019 às 17:41:47

Traficante espalha o terror na Cidade Alta. Foto: Redes Sociais/Reprodução

A quadrilha do traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, usaria uma máquina para triturar os corpos de vítimas ainda vivas e depois darem para os porcos comerem. Segundo o relato de uma testemunha ao Portal Eu Rio, há um local chamado Coqueiro, que fica entre as comunidades Parada de Lucas e Vigário Geral, na Zona Norte do Rio, onde ocorreriam as barbaridades.

O local é de difícil acesso e o odor é forte. Os corpos também são picotados por um homem conhecido pela alcunha de Zé do Porco, que já responde por um assassinato na Justiça. A testemunha contou que teve um filho de 30 anos morto pelo bando no dia 25 de abril, mas seu corpo nunca apareceu. Ela afirmou que no dia do fato, ele foi chamado na Cidade Alta para ir até Parada de Lucas. Depois disso, não teve mais notícias. A testemunha revelou que junto do filho, outros dois homens também teriam morrido naquela data.

Ela revela que o homem já esteve envolvido com a quadrilha mas não queria mais essa vida e não estava mais obedecendo as ordens do traficante. Ela disse que os criminosos tomaram o imóvel onde morava na Cidade Alta e teve que deixar o local porque recebeu ameaças.

"Ele (o Peixão) promete muita coisa para os meninos e ilude todos eles. Por incrível que pareça fala em deus o tempo todo mas é um capeta. Um absurdo, nada acontece a esse homem", indigna-se.

A testemunha falou que procurou o Ministério Público Estadual para fazer as denúncias mas não foi na Polícia Militar, pois alega que o batalhão da área tem policiais corruptos. Ainda não teria ido na Polícia Civil também.

A mulher ainda fez outras denúncias contra Peixão, disse que um supermercado na região fechou porque a quadrilha cobrava R$ 20 mil mensais de taxa. Também teria tirado os ônibus da Cidade Alta porque exigiria dinheiro.

O bandido teria instalado câmeras em em todos os postes da Cidade Alta e a central de monitoramento ficaria dentro da associação de moradores. Parada de Lucas e Vigário Geral também seriam monitoradas e ele teria ainda esconderijos subterrâneos.

A testemunha contou também que tinha uma amiga que foi obrigada a deixar a comunidade porque a quadrilha achava que ela passava informações para a facção rival e passou a ameaçá-la. Disse que ele costuma olhar telefone celular de morador para ver se ele está falando com alguém inimigo.

Relatou à reportagem que uma jovem levou uma surra porque tirou umas fotos dos bandidos na rua principal da Cidade Alta e foi parar no hospital.

Conforme o Portal Eu Rio revelou na última quinta-feira (05/09), Peixão e outros 10 suspeitos foram denunciados pelo Ministério Público acusados da morte de pelo menos sete jovens na comunidade Cinco Bocas, em Brás de Pina no dia 26 de maio. Os corpos não apareceram e, segundo a denúncia, foram dados a porcos.

Suspeita de conluio com PMs

Uma investigação policial revela que um dos parceiros de Peixão, participava como representante da comunidade da Cidade Alta em reuniões no 16º Batalhão da Polícia Militar (Olaria). A apuração aponta para a prática de corrupção e associação da quadrilha com PMs.

Segundo os autos, considerando os indícios de possível irregularidade de PMs do 16º Batalhão da PMERJ com os traficantes da Cidade Alta, a Justiça determinou a remessa da cópia das investigações para a 6ª promotoria de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos e à Auditoria Militar do Estado do Rio de Janeiro. Procurado, o Ministério Público Estadual ainda não deu retorno sobre o caso.

A Corregedoria da PM já vem investigando o suposto envolvimento de policiais com o bando de Peixão mas a corporação alega que não pode passar informações porque a apuração está em andamento.

Extorsão a empresários

O mesmo suspeito que participava das reuniões com a PM também era o responsável pela distribuição de cestas básicas, oriundas de empresários constrangidos a contribuírem por medo de represália, com a finalidade de apresentar aparente juridicidade em ações de interesse da organização criminosa.

O inquérito, de 2016, apontou na época os nomes de ao menos 39 pessoas envolvidas com o tráfico na Cidade Alta e informa que os bandidos oprimiam os moradores com o uso de fuzil.

Os denunciados se apossaram de imóveis e expulsaram moradores da Cidade Alta. A denúncia também destaca que apesar do violento esquema de contenção armada, inclusive com a montagem de barricada pelas ruas, as operações realizadas na comunidade resultaram na apreensão de armas, munições, drogas, objetos destinados à preparação da droga, telefones celulares, radiotransmissores e anotações de contabilidade do tráfico.

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