Com livros nas mãos, manifestantes gritam "Fora, Crivella" na Bienal do Rio
Pelo Twitter, as imagens foram compartilhadas no perfil do youtuber carioca Felipe Neto
Por Jonas Feliciano em 08/09/2019 às 08:40:41
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Imagem: Reprodução do Twitter
Na noite deste sábado (7),, um grupo de manifestantes caminharam pelos estandes da Bienal do Livro, no Rio Centro, na Barra da Tijuca. Com livros nas mão e aos gritos de "Fora,Crivella!!" e "Não vai ter censura" dezenas de pessoas participaram do ato. Pelo Twitter, as imagens foram compartilhadas no perfil do youtuber carioca Felipe Neto. Ele foi o responsável pela compra dos mais de dez mil exemplares da obra censurada pelo prefeito Marcelo Crivella.
"Estou completamente arrepiado. Público saindo da Bienal com o livro LGBT em mãos e protestando contra os agentes da censura que estão lá nesse momento. Isso é resistir!!!", escreveu o youtuber.
Em um segundo post, Felipe Neto também compartilhou imagens de manifestantes lendo um discurso contra a decisão do prefeito e a favor da liberdade de expressão.
Vale relembrar que, na manhã da última sexta-feira (6), por ordem de Crivella, uma equipe de fiscais da prefeitura visitaram a Bienal para inspecionar obras que, segundo o prefeito, eram inapropriadas para o público infantil. Por ter conteúdo homoafetivo, o livro "Vingadores: cruzada das crianças", foi retirado das prateleiras.Imagem: Reprodução do Twitter A obra contém a imagem de um beijo homoafetivo. Entretanto, os livros já estavam sendo vendidos lacrados e com uma capa sem conteúdo erótico. Diante do episódio, a organização da Bienal afirmou que iria retirar os livros. No mesmo dia, todos os exemplares se esgotaram rapidamente. No período da tarde, os agentes voltaram à Bienal dispostos a identificar e lacrar os livros considerados inadequados. Porém, não foi encontrado nenhum conteúdo que estivesse descumprindo a legislação.
A Bienal recorreu à Justiça para preservar o funcionamento do evento e uma medida judicial impediu o recolhimento dos livros. Novamente, a prefeitura recorreu e conseguiu derrubar a decisão anterior. No sábado (7), os fiscais retornaram ao local do evento, mas não encontraram irregularidades.
"Um novo e sombrio tempo se anuncia"
Também na noite do último sábado (7), em nota à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, comentou o fato. Para o ministro, "um novo e sombrio tempo se anuncia: o tempo da intolerância, da repressão ao pensamento, da interdição ostensiva ao pluralismo de ideias e do repúdio ao princípio democrático", afirmou.
Ele ainda ressaltou que "mentes retrógradas e cultoras do obscurantismo e apologistas de uma sociedade distópica erigem-se, por ilegítima autoproclamação, à inaceitável condição de sumos sacerdotes da ética e dos padrões morais e culturais que pretendem impor, com o apoio de seus acólitos, aos cidadãos da república".
Objetivo é organizar o uso dos espaços públicos, melhorar a fluidez do trânsito, ordenar a cidade e garantir o direito de circulação de motoristas e pedestres com mais segurança
Na noite deste sábado (7),, um grupo de manifestantes caminharam pelos estandes da Bienal do Livro, no Rio Centro, na Barra da Tijuca. Com livros nas mão e aos gritos de "Fora,Crivella!!" e "Não vai ter censura" dezenas de pessoas participaram do ato. Pelo Twitter, as imagens foram compartilhadas no perfil do youtuber carioca Felipe Neto. Ele foi o responsável pela compra dos mais de dez mil exemplares da obra censurada pelo prefeito Marcelo Crivella.
"Estou completamente arrepiado. Público saindo da Bienal com o livro LGBT em mãos e protestando contra os agentes da censura que estão lá nesse momento. Isso é resistir!!!", escreveu o youtuber.
Em um segundo post, Felipe Neto também compartilhou imagens de manifestantes lendo um discurso contra a decisão do prefeito e a favor da liberdade de expressão..
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Vale relembrar que, na manhã da última sexta-feira (6), por ordem de Crivella, uma equipe de fiscais da prefeitura visitaram a Bienal para inspecionar obras que, segundo o prefeito, eram inapropriadas para o público infantil. Por ter conteúdo homoafetivo, o livro "Vingadores: cruzada das crianças", foi retirado das prateleiras.
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Imagem: Reprodução do Twitter A obra contém a imagem de um beijo homoafetivo. Entretanto, os livros já estavam sendo vendidos lacrados e com uma capa sem conteúdo erótico. Diante do episódio, a organização da Bienal afirmou que iria retirar os livros. No mesmo dia, todos os exemplares se esgotaram rapidamente. No período da tarde, os agentes voltaram à Bienal dispostos a identificar e lacrar os livros considerados inadequados. Porém, não foi encontrado nenhum conteúdo que estivesse descumprindo a legislação.
A Bienal recorreu à Justiça para preservar o funcionamento do evento e uma medida judicial impediu o recolhimento dos livros. Novamente, a prefeitura recorreu e conseguiu derrubar a decisão anterior. No sábado (7), os fiscais retornaram ao local do evento, mas não encontraram irregularidades.
"Um novo e sombrio tempo se anuncia"
Também na noite do último sábado (7), em nota à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, comentou o fato. Para o ministro, "um novo e sombrio tempo se anuncia: o tempo da intolerância, da repressão ao pensamento, da interdição ostensiva ao pluralismo de ideias e do repúdio ao princípio democrático", afirmou.
Ele ainda ressaltou que "mentes retrógradas e cultoras do obscurantismo e apologistas de uma sociedade distópica erigem-se, por ilegítima autoproclamação, à inaceitável condição de sumos sacerdotes da ética e dos padrões morais e culturais que pretendem impor, com o apoio de seus acólitos, aos cidadãos da república".