O Ministério da Saúde (MS) atualizou na tarde desta quarta-feira, 18, os casos confirmados de sarampo no país. São 444 casos no Amazonas e 216 em Roraima. As informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde confirmam que o país enfrenta dois surtos de sarampo nesses locais, relacionados à importação. O genótipo do vírus (D8) que foi identificado é o mesmo que circula na Venezuela.
Até o dia 17 de julho, no Amazonas, 2.529 ainda permaneciam em investigação e 147 já tinham sido descartados. No estado de Roraima, existem 160 casos em investigação e 38 descartados. Além disso, alguns casos isolados e relacionados à importação foram identificados nos estados de São Paulo (1), Rio Grande do Sul (8); e Rondônia (1). Até o momento, o Rio de Janeiro informou ao MS, oficialmente, 7 casos confirmados e 33 em investigação.
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral grave que pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. As complicações infecciosas contribuem para a gravidade da doença, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade. Em algumas partes do mundo, a doença é uma das principais causas de morbimortalidade entre crianças menores de cinco anos de idade.
Poliomielite é motivo de preocupação para o MS
Além do Sarampo, o Ministério da Saúde também reforça a importância da vacinação da Poliomielite. A "pólio" ou "paralisia infantil" é uma doença infecto-contagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito. No Brasil, não há circulação de poliovírus selvagem desde 1990, mas este ano, o MS já admitiu haver alto risco de retorno da poliomielite em pelo menos 312 cidades brasileiras, 44 só no estado de São Paulo. Estão na lista de maior risco, municípios que não atingiram nem 50% da cobertura vacinal. O Governo Paulista recomenda aos pais que levem as crianças aos postos de saúde antes da campanha de Agosto, porque a vacinação é a única forma de prevenção do Sarampo e da Poliomielite.
Entre os dias 6 e 31 de agosto, o ministério promove a Campanha Nacional de Seguimento contra o Sarampo e a Poliomielite. O foco da vacinação são crianças com idade entre 1 e 5 anos incompletos. Os bebês devem receber a imunização aos dois, quatro e seis meses. Aos 15 meses, recebem o reforço. Todas as crianças menores de cinco anos também devem tomar as duas doses durante a Campanha Nacional, mesmo que já tenham sido vacinadas anteriormente.
Confira o esquema vacinal:
Crianças de 12 meses a menores de 5 anos de idade: uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses de idade (tetra viral).
Crianças de 5 anos a 9 anos de idade que perderam a oportunidade de serem vacinadas anteriormente: duas doses da vacina tríplice
Para adolescentes e adultos até 49 anos:
Pessoas de 10 a 29 anos - duas doses das vacinas tríplice
Pessoas de 30 a 49 anos - uma dose da vacina tríplice viral
Quem já tiver tido a doença ou comprovar a vacinação contra o sarampo conforme preconizado para sua faixa etária, não precisa receber a vacina novamente.
Principais informações - Sarampo
Sintomas: Febre alta, acima de 38,5°C; Dor de cabeça; Manchas vermelhas, que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, e, em seguida, se espalham pelo corpo; Tosse; Coriza; Conjuntivite; Manchas brancas que aparecem na mucosa bucal conhecida como sinal de koplik, que antecede de 1 a 2 dias antes do aparecimento das manchas vermelhas.
Transmissão: Ocorre de forma direta, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Por isso, o elevado poder de contágio da doença. A transmissão ocorre de quatro a seis dias antes e até quatro dias após o aparecimento do exantema. O período de maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e dois dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é transmissível.
Tratamento: Não existe tratamento específico para o sarampo. É recomendável a administração da vitamina A em crianças acometidas pela doença, a fim de reduzir a ocorrência de casos graves e fatais. O tratamento profilático com antibiótico é contraindicado.
Para os casos sem complicação, manter a hidratação, o suporte nutricional e diminuir a hipertermia. Muitas crianças necessitam de quatro a oito semanas para recuperar o estado nutricional que apresentavam antes do sarampo. Complicações como diarréia, pneumonia e otite média devem ser tratadas de acordo com normas e procedimentos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
Principais informações - Polio
Sintomas: Instalação repentina de paralisia, principalmente dos membros inferiores, acompanhada de febre, de forma assimétrica, com flacidez muscular, diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada, sensibilidade conservada, e persistência de seqüela após 60 dias do início da doença.
Transmissão: Ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, através de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.
Tratamento: Não existe tratamento específico, todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas, fazendo tratamento de suporte.