2024 chegou num mundo conturbado por conflitos, guerras, ameaças, mudanças no clima, dificuldades para aceitar e lidar com as diferenças individuais e agora apoiado em uma inteligência artificial padronizada por conceitos que ainda não exploram, em profundidade, a riqueza e complexidade da mente humana e seus impactos nos comportamentos.
As respostas rápidas da inteligência artificial, para atender demandas de estudo, produzir textos, mapear, classificar tendências, sintomas e propor soluções está longe de garantir mudanças reais, que precisam considerar a essência e subjetividade do ser, além de identificar a raiz da criação de problemas de adaptação, insatisfação e fragilidade para atuar num mundo de mudanças rápidas e que dependem de uma máquina humana necessitada de previsibilidade para atuar e gerar resultados eficientes.
Toda essa mudança nos leva para uma arena de dúvidas e incertezas. Estamos realmente vivendo o dia a dia ou estamos dançando em pistas e vias imaginárias que contam como experiência, mas não garantem a conquista da real sensação de bem-estar e prazer? Como falar sobre satisfação, prazer e felicidade num mundo que se dissolve?
Não é à toa que animais viram influenciadores e mentores e jovens consultam plataformas de IA para tentar expressar suas dores de simplesmente existir, buscando respostas sem julgamentos para alcançar confortos imediatos, mas sem resolução da origem do conflito.
Sem um conhecimento e consciência de que, através de uma experimentação real, podemos dar espaço para que as emoções aflorem e nos deem uma resposta para medir se estamos preparados para lidar e reagir assertivamente ou não com os eventos da vida, agravamos o sentimento de dor ou nos anestesiamos de forma visceral e mental impedindo a aprendizagem necessária para nossa evolução positiva?
Muitos não querem retornar ao trabalho presencial iludidos com a propagada ideia de qualidade de vida, que pode acontecer para alguns, mas para outros irá significar perdas reais de direitos, afetar o crescimento profissional e a não garantia da isenção de vivência de conflitos.
O perigo é que, quando adotamos a estratégia da evitação sem consciência e clareza em qualquer área da vida, estamos abrindo portas para a perda da saúde física e mental.
O Janeiro Branco é um lembrete a todos de que precisamos resgatar a essência da nossa humanidade, rever conceitos e crenças, criar flexibilidades, aprender a lidar com as mudanças, diferenças individuais, com os erros e acertos e estarmos prontos para desenhar uma nova forma de atuar nestes novos tempos incertos.
É preciso reaprender a sentir, usar os sentidos, para poder viver saudável. Se esta for uma tarefa difícil para você, busque ajuda profissional.