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"Loucas em Apuros" é a comédia que precisávamos e não sabíamos

Cinestesia, Por Gabi Fischer, Cineasta e Produtora

Em 03/08/2023 às 09:15:17

Têm poucos títulos que, quando traduzidos, ficaram realmente tão bons quanto o original. Aqui, isso acontece. “Joy Ride” virou “Loucas em Apuros” e faz todo o sentido.

Posso dizer que sou da geração em que “American Pie” era um dos melhores filmes de comédia, não à toa virou uma franquia de sucesso. Porém, assim como acontece com tantos outros do gênero que colocamos no topo da lista, temos a grande presença (em peso, né?) do lado masculino.

Agora, a receita para esse filme já pincela um pouco para mostrar para a que ele veio, ao mesmo tempo em que reconhece o que veio antes. Misturando “Se Beber, Não Case” com “Missão Madrinha de Casamento”, “American Pie” e um elenco asiático de peso, ganhamos (talvez) a melhor comédia do ano. Vocês vão acompanhar quatro mulheres que embarcam em uma grande aventura pela Ásia. A amizade pode ser improvável, mas não impossível, já que nesse "road movie", com direito a muitas risadas, zero tabus e muitas aventuras, cada uma vai conhecer e aprender sobre si mesma.

Sinopse: Audrey (Ashley Park) e Lolo (Sherry Cola) são grandes amigas desde criança, principalmente por serem as duas únicas asiáticas da cidade. A primeira está trabalhando como advogada e precisa ir para a China para fechar um grande contrato e, assim, será sócia da empresa onde trabalha. O problema é que ela não sabe falar mandarim. Com isso, chama sua melhor amiga Lolo para ajudá-la nessa missão. Acompanhadas também por Kat (Stephanie Hsu) e Deadeye (Sabrina Wu), elas terão uma viagem de autodescobertas e de estreitamento dos laços de amizade em meio a muitas confusões por algumas cidades asiáticas.

Pois é, o filme não é perfeito, tem seus deslizes ao tentar encaixar e equilibrar a comédia com o drama familiar, mas no fim consegue um bom resultado. Tem toda uma história de procura de origem, laços familiares e também de amizades, ao mesmo tempo que dá espaço para muitas cenas absurdas, e até insanas, que vão tirar sim boas risadas. Até porque já estamos em 2023, passou da hora de termos piadas sem filtros feitas e faladas por mulheres da mesma forma que temos nos filmes com personagens masculinos.

Um grande mérito do roteiro é ser escrito por mulheres que sabem o que estão falando e conseguiram falar sobre isso tudo. Nessa liberdade criativa, Teresa Hsiao e Cherry Chevapravatdumrong encaixam bem as piadas ácidas sobre a experiência asiática-americana, que é a base de todo filme. Assim, elas fazem essa recorte social, de estereótipos e até questões entre chineses e coreanos, através de sarcasmos e alfinetadas para todo o público. Fechando com chave de ouro, a diretora Adele Lim veio para decupar e construir muito bem essas imagens.

Entre o neon, colorido, k-pop e ritmo acelerado, “Joy Ride” é uma ótima viagem de uma hora e meia que vale muito o seu ingresso.





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