Qual foi a última vez que um filme tirou seu fôlego? Pode ter sido um bom suspense que deixou você realmente sem ar até o protagonista se salvar ou um romance que derreteu seu coração. Pra mim, foi “Robô Selvagem”, que já confirmo que é a animação do ano e um dos melhores filmes de 2024.
Sim, eu sei do sucesso e recordes de bilheteria que “Divertida Mente 2” conquistou, que também amei, mas é preciso entender que é um filme que repete a fórmula do seu antecessor. Enquanto isso, “Robô Selvagem” tem um roteiro original que vai te levar por uma jornada de muitos sentimentos.
O filme é uma adaptação cinematográfica da série de livros de Peter Brown, lançada em 2016, que pode ser descrito como o encontro entre “O Gigante de Ferro” e “O Patinho Feio”. Nessa combinação de aventura e ficção científica, o diretor e roteirista Chris Sanders nos dá um presente em forma de filme. E tenho certeza que você é um fã dele, pois é o responsável por “Como Treinar o Seu Dragão” e “Lilo & Stitch”, inclusive é ele quem dá voz ao Experimento 626.
A história merece todos os aplausos, prêmios (alou, temporada de premiações) e vai te emocionar, deixo até de conselho para separar o lencinho. O ritmo do filme não se perde em nenhum momento, não só no desenvolvimento da protagonista, a robô Roz, como também de todos os animais da floresta, que são excelentes coadjuvantes enquanto o arco dramático equilibra muito bem humor e emoção, ao retratar principalmente sobre as relações e maternidade. É uma narrativa em que acompanhamos ao mesmo tempo que crescemos junto com Roz, aprendemos com ela através de sua delicadeza, mesmo que seja uma Inteligência Artificial, a olhar o outro, entendê-lo e atendê-lo. É sobre criar uma união entre todas diferenças mas que no fundo há, na verdade, tantas semelhanças.
A trilha sonora é cativante, me arrisco até a dizer que pode ganhar uma indicação de Melhor Canção Original nas premiações. E o ápice é a animação em si, umas das mais bonitas esteticamente que já assisti nos últimos tempos. A própria Dreamworks já tinha feito esse acerto com “Gato de Botas 2: O Último Pedido” e “Os Caras Malvados” (eu amei esse filme) e agora aqui coroaram essa arte. O diretor descreve perfeitamente que o filme é como "uma pintura de Monet em uma floresta de Miyazaki”. Ou seja, dá vontade de pendurar os frames na sala de casa.
A produção é a última 100% feita pela Dreamworks no estúdio deles, pois a partir de agora todos os demais projetos serão feitos em parcerias com outros estúdios como uma forma de reduzir custos, aumentar a quantidade de produções e agilizar o processo.
Assisti ao filme pela primeira vez com áudio original e é impossível não amar mais os personagens graças as vozes tão icônicas, como de Lupita Nyong’o, Pedro Pascal e Mark Hamill. A versão brasileira também não fica atrás, com destaque para Rodrigo Lombardi e Gabriel Leone. Pois é, me tornei fã de “Robô Selvagem” e já foram 3 vezes que me vi dando play nessa animação. Se a temporada de premiações deixá-lo de lado, será uma grande injustiça. Apenas não deixe de aproveitar essa sessão e também ficar com o coração muito quentinho depois de viver essa aventura com personagens incríveis.