“Skywalkers: Uma História de Amor” é uma aventura romântica real na Netflix

Até onde você iria por amor? E pelo número de curtidas? Com certeza esses dois fatores são o diferencial dessa história, em especial porque já conhecemos outros documentários sobre aventureiros se arriscando até limites que não sabíamos que a adrelina poderia alcançar. O oscarizado “Free Solo”, por exemplo, faz isso muito bem (e fica aqui de dica extra). Mas é preciso fazer um recorde temporal em que hoje, em 2024, “Skywalkers” tem o peso da exposição das redes sociais.

Angela Nikolau e Ivan Beerkus são um casal russo extremamente famoso por suas escaladas ilegais de grandes prédios, conhecidos como rooftoppers (sim, você já viu algo parecido com Philippe Petit, que cruzou as Torres Gêmeas). E é o sentimento deles que cria uma história que merece ser contada, além de diferente do que já assistimos. Enquanto Ivan é o cuidadoso, preocupado com a segurança de seu amor, Angela é artista destemida. Mas, ao mesmo tempo em que fala de “príncipe encantado”, o filme expõe bem todos os lados desse protagonista, o que também faz com a outra, já que coloca em tela os medos de Angela.

O equilíbrio deles é o que traz a balança para a carreira artística de escaladores, como missões impossíveis da vida real. Até porque o casal parece levar bem a sério aquela máxima de “O céu é o limite”. A própria protagonista tem sua fala de destaque no trailer ao comentar que "o amor é como a altura, em que o medo nunca vai embora, mas é você que melhora em encará-lo".

A estratégia de roteiro do filme é boa ao criar o suspense com a aventura, pois parte da premissa da missão do casal em escalar o Merdeka 118 na Malásia, o segundo maior arranha-céu do planeta. É hipnotizante porque nós, como público, também ficamos com a adrenalina lá em cima ao acompanhar o desafio. A direção constrói bem esse mix de sentimentos, da dúvida de se vão conseguir chegar ao topo desse prédio, com a curiosidade de conhecer a história de ambos e o receio de eles também serem mais um aventureiro que perdeu a vida com essa prática. Inclusive, é algo que eu acho que o filme poderia ter explorado melhor, já que a própria Angela perde alguns amigos.

Em 1h40 de duração, acompanhamos o que parece ser inacessível, que vai muito além dos cliques e engajamento nas redes sociais. O documentário, que já passou por importantes festivais, como Sundance e Tribeca, está na Netflix e prende o público porque usa muito bem, de fio condutor, a história de amor.