Na TV, um bom debate para presidente da República
Política & Vida, Por Paulo Baía, Sociólogo, cientista político e professor da UFRJ
A Rede Bandeirantes de Televisão e o consórcio de empresas de comunicação foram bem sucedidos na difícil tarefa de patrocinar e apresentar o primeiro debate com os presidenciáveis. Foi feliz, eficiente e eficaz. As regras desconcentraram o foco em Lula/, Bolsonaro, o que foi muito positivo.
O pior desempenho foi de Luiz Felipe D’Avila, do partido Novo, um rico falando para outros ricos. Lula e Jair Bolsonaro foram o que são, donos das verdades e senhores que dominam todas as situações. Protagonizaram sua rixas pessoais com desassombro e no campo dos afetos, das emoções e das intolerâncias.
Soraya Thronicke, do União Brasil, foi bem, com uma performance aceitável, se colocou como o inverso de Luiz Felipe D’Avila. Ciro Gomes foi além de Ciro Gomes e se apresentou como estadista. Simone Tebet teve pequenos vacilos na sua performance cênica/teatral, mas foi muito bem.
No conjunto do debate, deixando de lado Lula e Bolsonaro, Luiz Felipe D’Avila foi execrável, Soraya Thronicke foi bem. Simone Tebet e Ciro Gomes, os mais propositivos e assertivos. Lula e Bolsonaro bem em seus quadrados delineados e donos da disputa. Destaque de vitória para Simone Tebet e Ciro Gomes, com Soraya Thronicke bem próxima de Simone e Ciro.
Lula e Bolsonaro não contam, pois estão acima e ao largo do debate, protegidos pela polarização, os medos de golpe de estado e afronta ao Estado Democrático de Direito e outras pautas que desligitimam o processo eleitoral em nome de desejos e o vontades de natureza exclusivamente pessoal. Simone Tebet e Ciro Gomes ganharam essa parada, que ao fim e ao cabo, em nada interfere na polarização precoce entre Lula e Jair Bolsonaro