A imagem de Rebeca, 22 anos, com sua medalha de prata no peito, correu o mundo e seguirá em evidência por meses a fio. A ginasta se tornou a primeira brasileira a ganhar uma medalha na ginástica artística dos Jogos Olímpicos, no individual geral. A conquista de Rebeca Andrade entra para a história das Olimpíadas como exemplo de força, talento e superação. O Brasil ainda não encontrou um modelo regular, onde seus programas sociais e esportivos possam desfrutar de ginásios, professores e oficinas de formação de futuros atletas. Por isso, a vitória de Rebeca pode e deve ser considerada uma conquista heroica.
Quem trabalha, ou já trabalhou, com projetos sociais em favelas e periferias, sabe que o esporte é, também, uma excelente ferramenta de transformação juvenil, com enorme potencial de combate à violência. Tais programas não devem almejar somente a prática esportiva, especificamente. O esporte pode unir famílias, escolas e atores sociais na promoção de eventos, campanhas educativas, palestras, gincanas e torneios.
Infelizmente, o esporte brasileiro ainda não conta com um programa nacional, cujo acesso seja universalizado, presentes em toda rede pública de ensino, com capacidade de desenvolver novos atletas.
Os governos de Lula e Dilma tiveram avanços importantes neste sentido. Porém, nos governos de Temer e Bolsonaro, essas políticas sofreram enorme retrocesso. O exemplo de Rebeca Andrade, no qual sua família e professores fizeram toda diferença, é a prova da força do esporte como política de inclusão social.