No próximo dia 30 de janeiro será celebrado o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. Com o objetivo de conscientizar a população sobre os sintomas e a existência de tratamento para essa doença, tão estigmatizada e negligenciada, criou-se o “Janeiro Roxo”.
O Brasil é o segundo país com maior número de casos de Hanseníase no mundo, ficando atrás somente da Índia. Em nosso país, ocorrem cerca de 30 mil novos casos da doença por ano. A enfermidade, antigamente conhecida como Lepra, ainda traz o preconceito e a discriminação. Isso ocorre pela generalizada falta de informação da população a seu respeito.
No passado, as pessoas que tinham Hanseníase eram afastadas da sociedade e encaminhadas para centros de tratamentos, conhecidos como “leprosários”, onde permaneciam isoladas para o resto da vida, sem contato com os familiares. Isso acontecia, pois não existia medicamento eficaz. Hoje em dia, a situação é completamente diferente. Os pacientes não precisam ser internados e excluídos da sociedade, pois existe tratamento eficaz, inclusive fornecido gratuitamente pelo governo.
A doença, infectocontagiosa, é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. O homem é a única fonte de transmissão, tal qual acontece por meio do ar, por gotículas de saliva e aerossóis eliminados pelas vias aéreas. O contágio ocorre somente por contato íntimo e prolongado com uma pessoa doente e os sintomas podem demorar em torno de cinco anos para aparecer, pois o bacilo se reproduz muito lentamente. Um dado importante: somente 10% das pessoas não nascem com defesas naturais contra a bactéria.
Os sinais e sintomas são manchas na pele (brancas, avermelhadas ou acastanhadas) associadas à diminuição ou ausência de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa; fraqueza muscular; sensação de formigamento; inchaço e dor nas mãos e pés; choque, fisgada e dormência nos nervos acometidos; perda de pelos em algumas áreas; feridas e ressecamento no nariz; pele seca; febre e mal-estar. Caso apresente algum deles, é importante procurar um dermatologista. Quando não tratada, a Hanseníase pode causar sequelas progressivas e permanentes, incluindo deformidades, redução ou perda de movimentos e até mesmo mutilações.
Seu controle é desafiador, pois existe uma dificuldade, inclusive pelos profissionais da área de saúde, por falta de conhecimento, em se fazer o diagnóstico precoce. Além do estigma já citado, que precisa ser enfrentado e modificado, pois existe tratamento.
Feito o diagnóstico, o paciente é encaminhado ao Posto de Saúde Municipal para ser tratado. O tratamento é feito com antibióticos, fornecidos pelo governo (que devem ser ministrados uma vez por mês, sob supervisão de um agente de saúde, no próprio posto, e o restante, tomados diariamente em casa), e o seu uso pode variar de seis a 12 meses. Logo no início, a doença já deixa de ser transmissível.
É importante acabar com o preconceito e procurar assistência médica, pois o tratamento precoce é a única forma de evitar danos nos nervos e sequelas irreversíveis.