Há sempre uma preocupação no ar quando o assunto é saúde mental. Para muitos, pensar em cuidar da mente pode ter uma conotação negativa, uma percepção distorcida de fraqueza e fragilidade, mas o preço acaba sendo alto quando não consideramos sintomas como ansiedade, perda do sono, falta de ânimo para realizar tarefas, incapacidade de sonhar e outras disfunções, que vão roubando dia a dia a nossa energia, minando nossa motivação e em alguns casos o desejo de existir.
Estudos apontam a importância da motivação e de se ter uma meta de vida como fatores que ajudam na garantia da qualidade da saúde física e mental e em nossa capacidade de atuar nos diversos contextos da vida.
Ter um bom motivo para viver é o combustível que nos impulsiona para pular da cama todos os dias e viver a vida. Quando os motivos enfraquecem, a saúde física e mental acaba ficando comprometida e impactando na capacidade produção, criação e participação positiva na vida.
Nossa experiência com o processo de pandemia nestes dois últimos anos e as suas consequências decorrentes do isolamento, ausência de contato e necessidade de adaptações rápidas, deixaram marcas que já foram sentidas por muitos. Para outros, os efeitos só irão surgir agora. Querendo ou não, todos nós estamos vivenciando um trauma coletivo, que pode gerar a curto e médio prazos comportamentos disfuncionais em decorrência dos medos, incertezas, perdas e dos perigos de ter a saúde ameaçada.
Se antes já tínhamos um número alto de pessoas vivenciando crises de ansiedade e depressão em função de dificuldades de lidar com relacionamentos, alterações dos processos de trabalho, tecnologia, mercado e novas tendências comportamentais, após a pandemia este número dobrou e corremos um sério risco de termos profissionais perdendo sua capacidade de produção, flexibilidade e adaptação.
O cenário ainda está indefinido quanto ao fim da pandemia, e isso por si só mantém nosso sistema corporal em alerta e nos deixa vulneráveis para manter nossa imunidade sob controle, prejudicando o alcance do equilíbrio entre corpo, mente e espírito. Trabalhar metas e organizar os recursos internos, através de exercícios físicos, meditação, planos de ação e apoio terapêutico, pode ser uma boa estratégia para resgatar a saúde, equilíbrio emocional e ajudar na criação de novos objetivos de vida.
Início de ano é sempre favorável para uma revisão de planos e avaliação dos motivos para viver.
Nossa vida é composta de diversas áreas, se uma não vai bem você tem outras para se apoiar.
Se seus motivos não estão claros, é hora de rever, investir e garantir sua qualidade de vida.
O Janeiro Branco é um alerta de que precisamos cuidar da nossa saúde mental. Se você não está dando conta de manejar suas emoções, ajustar comportamentos e realizar suas atividades diárias, é hora de buscar ajuda profissional.