Vacinação: um ato de rebeldia e sustentabilidade

Semana passada eu recebi a dose de reforço, “terceira dose”, contra a Covid-19. Além de educadora, sou profissional de saúde, e isso me garantiu o direito de receber o reforço antes da data estipulada para a minha faixa etária. E, pela terceira vez, eu tirei foto tomando a vacina. Não que eu ache que a vacina só faz efeito para quem tira foto e posta, como diz o meme. Mas porque essa vacina tem gosto de vitória, de rebeldia e sustentabilidade.

Sinto-me vitoriosa por fazer parte da engrenagem do Sistema Único de Saúde - SUS e vê-lo funcionar! Muitos podem reclamar do atendimento recebido, ou até mesmo a falta dele, mas antes de utilizar qualquer argumento para desvalorizar o SUS é necessário separar a sua concepção da forma como ele é gerido.

Segundo o Conselho Nacional de Saúde (Ministério da Saúde), "o SUS representa uma conquista da sociedade brasileira porque promove a justiça social, com atendimento a todos os indivíduos. Além disso, é o maior sistema público de saúde do mundo, atendendo a cerca de 190 milhões de pessoas, sendo que 80% delas dependem exclusivamente do sistema para tratar da saúde.” Ou seja, em sua concepção, o SUS garante atendimento e tratamento na área da saúde gratuito a todos os indivíduos, sem distinção. O grande problema é a gestão!

E foi exatamente esse problema de gestão que atrasou a compra, a distribuição e o início do processo de vacinação em massa. E por isso, digo e repito: sinto-me vitoriosa por ter recebido cada uma das três doses que eu tomei!

Foto: Arquivo Pessoal

Vacinar-se é um ato de rebeldia! Vamos refletir sobre: Vivemos tempos difíceis, muitas fakes news, negacionismo científico, polarização de ideias, jacarés, chips... Uma revolta da vacina em um contexto histórico que permite a um aluno do ensino fundamental compreender os mecanismos da vacina e a sua importância.

Já a sustentabilidade está inserida desde a origem da doença até as tentativas de diminuição do vírus circulante. A Covid-19 é uma doença transmitida naturalmente de animais para humanos, também chamada de zoonose. E um dos principais fatores que aumentam o contato entre seres humanos e os animais silvestres é a invasão ao território dessas espécies. Os seres humanos, ao desmatarem e/ou ocuparem espaços de mata nativa, aumentam a proximidade com as espécies endêmicas e, consequentemente, aumentam a probabilidade de que microrganismos específicos de outros animais, ao sofrerem seu processo natural de mutação, passem a ter a capacidade de infectar seres humanos. Os projetos e estudos com temática sustentável focam na preservação e revitalização de espaços naturais, diminuindo, assim, a probabilidade do surgimento de novas zoonoses.

E você? Faz parte do time dos rebeldes e sustentáveis que tomaram as suas vacinas em dia ou estão ainda pensando no que fazer... Sugiro que, nesse caso, tome a vacina e questione depois, já imunizado. Protegendo a si, você também protege o próximo. Façamos a nossa parte. O planeta agradece!