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A 10 merece jogador melhor; ou pelo menos, mais profissional

Folhas Soltas, Por Marcos Vinicius Cabral, Jornalista

Em 18/05/2024 às 18:21:08

Mauro Cézar Pereira foi muito feliz quando disse em uma live que, diante de tanta balbúrdia, a diretoria do Flamengo deveria colocar uma placa no Ninho do Urubu com a seguinte frase: "Se Zico não fez, ninguém pode fazer".

Rodolfo Landim e Marcos Braz, homens fortes da cúpula rubro-negra, não deram ouvidos ao jornalista. No entanto, na contramão disso, muitos de nós, torcedores e jornalistas como Mauro Cézar Pereira, somos culpados quando comparamos jogadores de futebol de épocas distintas. Uma das maiores aberrações é comparar Zico com Gabigol. É um erro imperdoável.

Multado em 10% do salário após ter sido flagrado com a camisa do Corinthians em momento descontraído em casa, o ex 10 rubro-negro e agora dono da camisa 99, vem deteriorando a idolatria conquistada no coração do torcedor do Flamengo.

Pior do que a multa de 10% no salário e a perda da imortalizada camisa 10 de Zico, é a provável saída pela porta dos fundos, em dezembro de 2024. Algo real pelo 'andar da carruagem'.

Saída essa que pode ocorrer ainda no meio do ano, quando Gabigol estará livre como um pardal para assinar com qualquer clube. O presente não é bom, é seu pior momento da carreira.

A punição imposta pelo Flamengo e o sentimento de revolta dos torcedores são irremovíveis.

Mas, nessa bola dividida entre Gabigol e Flamengo, o sentimento do torcedor para o ídolo é o de traição.

Há decepção, ingratidão e dor, muita dor. E bota dor nisso. Dor daqueles torcedores que falam sobre a falta de respeito com que foram tratados, ao ver o jogador usando a camisa do Corinthians, ao receber amigos em casa, um dia depois de ser aplaudido ao entrar, aos 24min do 2º tempo, na vitória sobre o Bolívar (BOL), no Maracanã.

Gabigol não goza do prestígio com Tite. Na verdade, nunca foi a preferência do treinador quando o comandante rubro-negro começa a esboçar o time para os jogos. O queridinho dele é Pedro.

E o senhor Adenor Leonardo Bachi deixou isso claro, ao não levar Gabigol para a Copa do Mundo de 2022. A relação estremeceu. Ser relegado à reserva é mero detalhe. Mas o pior estava por vir.

Vivendo a pior fase com o Manto Rubro-Negro, Gabigol pediu 50% de aumento salarial. O Flamengo disse "não". Em seguida vieram a lesão muscular, que o afastou além do tempo previsto, e a suspensão por dois anos, por tentar fraudar o exame antidoping.

O departamento jurídico entrou em ação, recorreu, obteve efeito suspensivo, mas, ao voltar, em quatro jogos, todos saindo do banco de reservas, nenhum gol.

Diante de tanta coisa negativa e tanto endeusamento, que inclui o ego do atacante sendo massageado pelo presidente Landim em abril deste ano. Na ocasião, o mandatário rubro-negro foi infeliz ao dizer que "uma hora o Zico vai passar, e o Gabriel, se continuar a investir e a jogar pelo Flamengo, vai poder usufruir disso por toda vida". Quanta infelicidade. Presidente, Zico é impassável.

Bom para Zico. Bom para o Flamengo. Bom para os torcedores. Ruim para Gabigol.

Afinal de contas, a história de Zico, camisa 10 e capitão de todos os títulos do Flamengo, não tem paralelo com a recente história de Gabigol que vem sendo manchada com tantas polêmicas.

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