Há os que não entendem nada de nada e há aqueles que não entendem nada de tudo. As duas categorias assolando o nosso país nos dias de hoje. Relutei de falar sobre esse tema, pois me chocou bastante a violência sofrida em Suzano. Fiquei muito triste com o ocorrido. Não deu nem tempo de suspirar e você logo depois, teve um ataque de proporções maiores na indonésia, outro armado com faca em outra escola no Brasil e na segunda um ataque na Holanda. Como se não bastasse, as quedas dos aviões da Boeing pelo mundo, com uma falha estrutural clara e não resolvida de forma contundente a tempo. Relutei em escrever, mas ouvindo coleguinhas defendendo governos que estimulam mais e mais a violência, com armas para todos, todo tipo de preconceito e uma radicalização clara, resolvi falar sobre o assunto.
No meio destes apoiadores, que defendem o estado atual de nossa sociedade, existe a violência e desvalorização do que é falado, utilização de frases feitas e a não intensão de debater com clareza, pois tem um discurso raso para tal. Então, falar sobre um assunto doloroso como esse fica restrito para especialistas ou destemidos. Evidentemente que o governo atual não tem relação direta com o caso. Mas sua postura em relação ao acontecido sim. Romper com o ciclo de violência é um compromisso que os governos têm que assumir. Armas nas mãos das pessoas não resolvem e nunca resolveram. Enquanto aqui, no ano passado, tivemos, sem a liberação de armas de fogo, um número de 50 mil mortes, no Japão sem armas, tivemos no mesmo período 3 mortes. A crença que a arma deixa o cidadão mais seguro é uma falácia. Teremos a curto e médio prazo, uma instabilidade gerada jamais vista. Enquanto isso, sem querer discutir uma real política de segurança, quem está rindo à toa, é a indústria armamentista americana, que finalmente vai lucrar no país.
Um discurso como do presidente é a raiz do problema. Os aliados querem falar que o atentado estava sendo planejada a mais tempo. Ora, aquelas pessoas que já possuem este instinto mais sombrio, estão adormecidas, apenas se alimentando desta violência em grupos de ódio em que se sentem representadas. Basta um gatilho, como de um presidente que na sua fala diz que quer metralhar os comunistas e despeja todo tipo de ódio, que é liberado essa carga. Dormir ao lado de uma arma, não faz ninguém mais seguro.
Columbine vai completar 20 anos no próximo mês. Devíamos lembrar dessa data, como um alerta de que nunca mais deveria existir tamanha atrocidade. Mas o que parece estar acontecendo é o inverso. Columbine, foi tão marcado, que virou filme. Entre eles, os premiados Tiros em Columbine, de Michael Moore e Elefante, de Gus Van Sant. Muitos alunos da escola americana, pedem o banimento das armas. Um massacre em uma escola escocesa levou a Grã-Bretanha a proibir armas em 1997. Ataques a tiros em mesquitas na Nova Zelândia, logo depois, onde de Suzano, onde deixam 49 mortos, levou o governo local a repensar sua política armamentista. Mais um 7 X 1 no Brasil. Existe sim, responsabilidade política!
Massacre de Realengo, Suzano, Nova Zelândia. O que esses atiradores tem em comum? Todos ligados à grupos de extrema direita. Com a crescente onda de valorização doentia, daqueles que passam por fóruns virtuais de ódio e se sacrificam para serem exaltados na mídia, esses que se denominam Chans no Brasil, tentam cultivar armas e com elas, fazer justiça e logo depois a morte. Querem estabelecer uma supremacia. Eles são culpados sim, mas os mandantes, aqueles que incitam o ódio também são. Os Kamikazes tiravam sua vida em nome da glória, os homens bomba árabes tiram para um encontro com suas 72 virgens, mas por traz desses atos, estão pessoas que dirigem essas pessoas para o ato final. Aqui, quando Bolsonaro cria o cultivo às armas, essas comunidades ficam excitadas. A morte de Marielle é exaltada não pela morte em si, onde nem se importam com a figura representativa dela, mas pela forma aventuresca com que foi morta.
Fazer arminha PODE ter consequências graves, sim!
Fonte: André Barroso