Quem é capaz de suportar a sua felicidade?

Quando desejar para si o resultado do sucesso de alguém, não se esqueça de desejar também o processo. O combo completo, sabe? Afinal, o que vem com o corpo malhado? Com a aprovação num concurso? Te respondo: as recusas a uma festinha ou outra; a dieta saudável e justa; a dedicação, o esforço e a disciplina; o foco; as noites em claro... Romantizando a dificuldade? Jamais! Inimiga da vida social? Muito menos! Mas convenhamos que, para alcançar idealizações pessoais e profissionais, é relevante que se abra mão de um estilo de vida mais juvenil. Ficar sentado no sofá esperando os resultados baterem à sua porta não me parece uma opção congruente. Creio que seja válido o equilíbrio das partes: vida social, pessoal, profissional. Eita, exigi muito agora? Essa fórmula todo mundo quer...

Mas cuidado também para não estar desejando algo superficial. Imagine passar anos idolatrando uma caixa para no final descobrir que havia nada dentro... Uma caixa vazia, uma pessoa vazia, uma ideologia vazia. Uma verdadeira escassez de ideias. Verifique bem quem você vê como ídolo.

Dia desses li em algum lugar que seu maior fã é um estranho enquanto o seu maior ‘‘hater’’ é um conhecido. Não é verdade? Até compartilhei em meu Instagram, uma pena não ter conseguido identificar o autor sensacional dessa perspectiva para citá-lo aqui. Veja bem: por que damos palco para gente que sequer sabe de nossa existência? Consideramos relevante o estilo de vida de subcelebridades que têm acesso a muito mais qualidade de vida do que nós, meros mortais. Nos comparamos. Achamos que a nossa evolução vale de nada perto da deles. Pense nisso...

Mas o assunto aqui é outro, já reparou que são as pessoas que você conhece as que dão um jeitinho sutil, ou não, de desmerecer suas conquistas? Há quem diga que amigo de verdade é aquele que está ao seu lado em seus dias mais difíceis, que te dá a mão, um ombro, o colo... Hm, acho que não! É fácil estar com você quando a tristeza e a dificuldade te governam, o outro está tão superior que até consegue te consolar, que coisa, não? A questão é: quem, de fato, é capaz de suportar a sua felicidade? Quem consegue te ver no topo e vibrar teu êxito? Putz, essa é difícil... Pensa aí!

Nesse jogo brega de superioridade, talvez seja muito mais cômodo te detonar, com jeitinho, calma (estamos falando sobre conhecidos), do que alcançar os próprios objetivos. Meu recado é um só para os dois opostos personagens: faça o teu! Sério mesmo. Continue, ou comece, a estabelecer metas e foque em alcançá-las. Desejar o resultado sendo incapaz de viver o processo é inválido. Deixo para você, caro leitor, a sugestão de refletir quem você chama de amigo, quem você idolatra, e o que você realmente faz para chegar lá... Querer, todo mundo quer. E olha que eu nem comecei a falar sobre meritocracia, você acredita nessa lenda urbana?

Venho rascunhando esse assunto há uns dias, mas só agora concluo esse texto nessa manhã de domingo em uma mesa da Starbucks enquanto aguardo o meu expresso. Quer saber? Eu também invejo. Eu invejo quem tem tempo. Mas fica o questionamento: será que essa pessoa vive mesmo?

Até o próximo texto!

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