TOPO - PRINCIPAL DOE SANGUE - 1190X148

Aquela coisa terrível

Menina Aleatória, Por Anna Domingues, Escritora

Em 16/09/2024 às 09:01:17

Estar vivo é um desafio e tanto. Lutamos contra nossas aflições, contra inimigos declarados, contra a maldade disfarçada e aquela coisa terrível. No meio disso tudo há guerra política, questões ambientais e um sistema opressor numa crescente interminável. Mas quem liga? Estamos travando batalhas pessoais a todo tempo e ainda precisamos ser gentis com quem cruza o nosso caminho. Estar vivo é um desafio. E tanto!

Nos desapontamos com aqueles que jurávamos conhecer e descobrimos não ser nada daquilo. Nos surpreendemos com idas e vindas. Perdemos tempo em lugares e em pessoas que já não têm mais nada a acrescentar. E insistimos nelas. Aprendemos a nos curar de traições em suas mais variáveis camadas. Respiramos o vírus das relações tóxicas e estamos sujeitos ao câncer da nossa própria frieza. Saboreamos o veneno da mágoa por pura vaidade. E ainda temos a petulância de achar isso tudo muito bacana.

Eu não saberia dizer de quantas maneiras alguém pode ferir a gente, mas fato é: pessoas falham e nós somos pessoas. Requer muita maturidade assumir que somos seres errantes, isso faz parte dos resquícios do existir, até mesmo porque o que a gente faz com o que fazem com a gente é de nossa responsabilidade sim, mas vale lembrar que também somos responsáveis pelo o que provocamos no outro. Nossas ações, nossos pesos.

Nos decepcionamos porque acreditamos de mais? Nos machucamos porque nos arriscamos de mais? Sofremos porque amamos de mais? Agora me diga, vale a pena viver de menos? A inércia não me parece uma boa posição. O percurso, sim.

Vejo a dor como combustível para nos reinventarmos, recomeçarmos, catarmos os nossos caquinhos e reformularmos o que sobrou de nós. E quer saber? Transformar tudo isso na nossa melhor versão é a maior prova de amor que podemos nos dar. Renascemos após o pior dia de nossas vidas. Sorrimos de novo um tempo depois daquela noite trágica. Sobrevivemos ao luto. Nós continuamos. Que outra escolha temos? Nos ofertarmos uma segunda, terceira, quarta chance é o que nos mantém vivos. Autopiedade? Não, empatia.

O único amor que não pode acabar é o próprio, mas verifique, vez ou outra, se a singularidade desse destino é uma causa ou uma consequência das suas próprias escolhas.

O exílio pela intrínseca triagem configura àquela coisa terrível.

Até o próximo texto!

@portal.eurio

https://www.instagram.com/annadominguees/

https://www.wattpad.com/user/AnnaDominguees


POSIÇÃO 2 - DOE SANGUE 1190X148
DOE SANGUE - POSIÇÃO 2 1190X148
TOPO - PRINCIPAL - DOE SANGUE - 1190X148
POSIÇÃO 3 - DENGUE1190X148
POSIÇÃO 3 - DENGUE 1190X148
Saiba como criar um Portal de Notícias Administrável com Hotfix Press.