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Quando o medo deixa de ser bicho-papão e vira aliado

Menina Aleatória, Por Anna Domingues, Escritora

Em 17/02/2025 às 07:25:10
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Eu sempre achei que o medo era um bicho-papão. Daqueles de histórias infantis, com olhos grandes e garras afiadas, prontos para me engolir. Ele estava em cada esquina, em cada nova decisão que eu precisava tomar. Parecia que ele me acompanhava, nas sombras, sussurrando dúvidas e inseguranças. Era fácil acreditar que ele era o inimigo, aquele que queria me ver fracassar, me manter acorrentada na bolha do que eu conhecia.

Até que um dia, a vida me colocou diante de algo que eu não podia ignorar: Eu tinha medo de andar sozinha, na rua, à noite. Costumava ter alguém me esperando na estação às onze e tanta da noite, quando eu estava voltando da faculdade, para me levar para casa. Eram duas pessoas na verdade: as vezes meu pai, as vezes meu ex-namorado. E tem toda aquela coisa que as pessoas acreditam que as mulheres estão mais seguras acompanhadas de um homem, como falei no último texto... Mas em um determinado momento, ambos sairam da minha vida. Acredita que eu cogitei trancar o curso por "medo" de voltar sozinha tão tarde? Mas não, eu não desistiria de um sonho assim... Encarei o medo e cursei o período inteiro. Voltando sozinha, sim. O medo, na verdade, me impulsionou. Me questionou: seu sonho é tão inválido assim para você desistir por minha causa? E meus caros, a resposta foi um grito: NÃO!

Eu já tive sindrôme do pânico também, terríveis tempos! Paralisei a minha vida, e hoje é incrível ver que o medo não me para mais. Mas vou te contar, não foi uma situação simples ou pequena. Eu tinha que reagir, não havia escolha. O medo, aquele bicho-papão, estava lá, como sempre, pronto para me paralisar. Mas desta vez, algo diferente aconteceu.

Em vez de correr para a zona de conforto (trancar a faculdade?), percebi que o medo não era mais algo para fugir. Ele não era mais o monstro da história. Ele era o sinal de que eu estava na fronteira do que eu sabia e do que eu ainda não sabia, do que eu era e do que poderia me tornar. Aquele medo, que eu tanto temia, estava me dando a chave para o meu próprio crescimento. A pressão, o desconforto, a ansiedade — tudo aquilo que parecia me enfraquecer estava, na verdade, me preparando. Eu encarei e não abri mão da minha vida acadêmica.

Foi como uma revolução silenciosa. No momento em que percebi que o medo não era um inimigo a ser derrotado, mas um aliado a ser compreendido, comecei a mudar minha postura. Ele me ensinou que a coragem não é ausência de medo, mas a capacidade de agir apesar dele. O medo me obrigou a questionar minhas limitações (será que voltar sozinha, de moto de aplicativo, é tão terrível assim? Será que não consigo encarar o medo da moto? E o medo de andar sozinha na noite vazia?), a buscar mais, a não aceitar as respostas fáceis, a não desistir do que eu realmente queria. Ele estava ali, me desafiando a ser mais forte, mais inteligente, mais ousada.

Eu comecei a reagir. Não porque o medo sumiu, mas porque aprendi a agir com ele ao meu lado. Eu o aceitei como um companheiro de jornada, aquele que me alerta para o perigo, mas também me empurra para a frente. Naquele momento de crise, quando as coisas pareciam sair do controle, eu percebi que o medo não iria me paralisar, mas me impulsionar para a ação. Ele estava me dizendo: "É agora ou nunca." e "Ou você reage, ou você perde." E sinceramente? Eu não curto perder... Eu encaro.

Hoje, eu sei que o medo não é algo que devemos temer. Ele é um sinal, um marcador de que estamos diante de algo importante, algo que vai mudar nossa trajetória. Ele se tornou meu aliado, não porque ele desapareceu, mas porque, ao invés de me render a ele, eu aprendi a encará-lo.

A vida vai continuar colocando desafios à minha frente. E, sempre que isso acontecer, sei que o medo estará lá, observando de perto. Mas agora, ao invés de me paralisar, ele me desafia. E, com ele, sigo em frente, mais forte, mais realizada, mais capaz, mais dona de mim, e, acima de tudo, mais viva.

Até o próximo texto!

@portal.eurio

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