Milícia da Praça Seca exigia do comércio o repasse até de quentinhas

A ordem partiu do bandido conhecido como Junior Play, que foi preso no ano passado em flagrante quando pegava a comida em um estabelecimento. Ele estava na ocasião com cerca de R$ 7.000, além papéis com anotações sobre distribuição ilegal de canais de TV a cabo e sua administração. Acabou condenado este ano 11 anos de prisão.

Os comerciantes aceitaram fornecer as quentinhas para a milícia porque acreditavam que isso seria temporário mas a cobrança continuou. Muitas lojas estão fechando na região porque não estariam aguentando pagar taxa de segurança.

Junior Play quando foi preso se identificou como chefe da milícia e disse que era "amigo de policiais".

Diante da periculosidade do suspeito, um dos PMs que participaram da sua prisão fez um relato desesperado da situação. Ele foi ameaçado pelo miliciano.

Disse que, após a prisão, sua vida acabou, pois sofreu pressão até mesmo de alguns de seus colegas de farda. Relatou que se soubesse que Junior Play era chefe da milícia não se envolveria na ocorrência.

Contou que teve que mudar de sua residência, pois um policial lhe informou que seria feito ´judiaria´ com ele, pois sabiam que o militar morava em área dominada por milicianos na Zona Oeste.

O suspeito preso negou em Juizo que era miliciano e falou que as quentinhas eram para a sua família. Esclareceu que eram cerca de 20 refeições sendo cinco de arroz, cinco de carne, cinco de salada, por exemplo, que havia cerca de 15 pessoas para almoçar.