TOPO - PRINCIPAL DOE SANGUE - 1190X148

Passagens mais caras a partir de fevereiro nos trens e barcas

Entretanto, usuários reclamam da qualidade dos serviços ferroviários

Por André Uchôa em 01/01/2020 às 11:24:32

Foto: Divulgação/Supervia

Não é mais novidade pra ninguém que quando o ano vira os preços aumentam. O que mais assusta os cariocas é o reajuste das tarifas nos trens e barcas. Os sistemas de transportes regulados pela Agetransp autorizouas concessionárias para que reajustassem os preços de suas passagens. A medida começam a valer a partir de fevereiro de 2020.

No dia 2 de fevereiro o preço da passagem dos trens sobe de R$ 4,60 para R$ 4,70 (3,97%). Já no dia 12, as tarifas das barcas, que hoje custa R$ 6,30, vai para R$ 6,50 (3,29%). Já a linha Charitas também mudará o valor de R$ 17,60 para R$ 18,20 (3,27%).

O que incomoda muito os passageiros é o péssimo serviço prestado pela Supervia, como trens superlotados, problemas diários com as composições, além de atrasos inespeados nos ramais. Tudo isso o Portal Eu, Rio vem apontando diariamente.

Usuários reclamam da falta de segurança e atrasos entre composições

O transporte público ainda passa por insegurança, principalmente nos trens. Segundo a Supervia, do início do ano até hoje, a concessionária já precisou alterar a circulação dos trens 70 vezes em função de tiroteios ocorridos nas proximidades da via férrea.

Moradora do bairro Jardim América, na Zona Norte do Rio, Sônia Bonfim (57), afirma que precisa sair mais cedo de casa para garantir sua chegada em tempo hábil em seu trabalho, no Centro. “Infelizmente eu preciso sair 6h de casa para chegar antes das 8h30 na empresa. Se não fosse esses atrasos e diversos problemas com os trens eu poderia sair mais tarde”, diz a Supervisora em Telemarketing.

Questionada sobre o motivo que leva a sair mais cedo, Sônia revela que os atrasos e composições cheias impede a sua entrada no vagão. “Eu preciso ir até a estação de Caxias, descer e pegar um outro trem sentido Central do Brasil. Na minha estação, Parada de Lucas, eu se quer consigo entrar no vagão”, conta a usuária.

Há 34km de Parada de Lucas, encontramos a mesma realidade enfrentada pela Sônia. Diego Júnio (26), morador de Queimados, na Baixada Fluminense, destaca outros problemas do sistema ferroviário. “Os intervalos dos trens são irregulares, principalmente com a diminuição da frota. Os trens são sucateados, sem ar condicionado, às vezes algumas viagens prosseguem com a porta aberta”, aponta.

Estudante de fisioterapia, Diego, desce na estação de Juscelino Kubitschek, mas percebe que não há segurança após oito horas da noite. "A segurança diminuiu, dependendo da hora não tem um agente deles nas plataformas”, relata o universitário

Essa situação não é exclusiva desses dois usuários mais de 600 mil pessoas vivem a mesma realidade. Diversas mudanças, baseadas em teorias, vem prejudicando a vida do trabalhador.

O fator principal dos intervalos irregulares é a diminuição de 40 trens da frota, por conta de problemas identificados na caixa de tração. Com isso, muitos ramais foram prejudicados.

O que diz a Supervia?

Questionada, a concessionária afirma que “o trem é um transporte de massa que tem como característica, em todo o mundo, o transporte de passageiros em pé”. De acordo com a nota, a concessionária “tem se empenhado em proporcionar viagens cada vez mais rápidas, confortáveis e nos menores intervalos possíveis”, diz.

Sobre segurança, a concessionária disse que o contrato de concessão prevê que a segurança pública é responsabilidade do Estado, que atua por meio do Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer). Na nota, a Supervia afirma que “contrata vigilantes pare reforçar esse apoio à segurança. Além disso, designa agentes de controle para realizar rondas diárias em trens e estações mas, como não têm poder de polícia, esses funcionários não possuem meios adequados e seguros para combater problemas como esses.”

Já a Secretaria de Polícia Militar informou que "o Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer) atua na malha ferroviária fluminense", além disso a PM diz que "aplica o policiamento a partir dos índices criminais."

Segundo a assessoria, "a atuação do Grupamento é focada na prevenção e no combate a roubos e furtos aos passageiros nas estações ferroviárias, operando também nas rampas de acesso e plataformas de embarque", conclui a nota.

Procurada pelo Portal Eu, Rio a Agência Reguladora de Serviços Públicos informou que “o reajuste das tarifas é referente à variação do IGP-M (índice de inflação calculado pela Fundação Getúlio Vargas) entre novembro de 2018 e novembro de 2019, como previsto em contrato.”

Quanto aos 40 trens retirados de circulação, a Agestranp disse que "28 já retornaram a suas atividades, mas a previsão é que os doze restantes voltem a circular no dia 17 de janeiro de 2020. Em caso de irregularidade, a Supervia poderá ser multada."

Ainda em nota, a Agetransp afirmou que "as concessionárias devem informar aos usuários o reajuste com pelo menos 30 dias de antecedência", conclui.


POSIÇÃO 3 - DENGUE1190X148POSIÇÃO 3 - DENGUE 1190X148
Saiba como criar um Portal de Notícias Administrável com Hotfix Press.