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Coronavírus: conheça as medidas adotadas pela ANVISA nos pontos de entrada do país

A agência reguladora definiu ações preventivas para evitar e monitorar novos casos da doença

Por Jonas Feliciano em 27/02/2020 às 19:55:32

Imagem: Pixabay

Na última quarta-feira (26), o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de coronavírus no Brasil. Hoje (27), foi anunciada a monitorização de mais 132 pessoas sob suspeita de contaminação. Apesar da confirmação da doença no território brasileiro, há alguns dias o vírus assombra a China e alguns países da Europa. Pelo ar, e aos poucos, o novo microorganismo se espalha pelo planeta.

De acordo com dados divulgados pela OMS, 46 países registraram infecções pelo novo coronavírus. A Itália é o país europeu com o maior número de infectados: 528. Entre os italianos, 16 pessoas morreram por causa do Covid-19. No continente asiático, China e Coréia do Sul lideram a lista de casos. Cerca de 78.630 chineses foram contaminados e o país, até o momento, já contabilizou 2.747 mortes. Entre os sul-coreanos, os registros chegaram a 1.776 diagnosticados.

Agora, a ameaça de uma contaminação em massa preocupa grande parte da população brasileira. Afinal, muita gente teme que o sistema de saúde do país não consiga suportar mais uma demanda emergencial. Certamente, o melhor remédio é a prevenção. Por isso, a principal pergunta é: o que está sendo feito para evitar uma epidemia?

Como o vírus tem migrado, principalmente, por meio de pessoas que visitaram locais com inúmeros registros da doença, o portal Eu,Rio! procurou algumas empresas aéreas e órgãos competentes com o intuito de encontrar protocolos que priorizam cuidados e medidas eficazes contra o atual vilão da saúde mundial.

A empresa aérea Alitalia, por exemplo, já adotou restrições em relação aos clientes sujeitos a alerta de mobilidade pelas autoridades italianas. Os passageiros oriundos das áreas consideradas de risco para a gestão da emergência epidemiológica do COVID-19, não poderão embarcar em aeronaves da companhia.

A Alitalia está cumprindo o decreto publicado no último dia 23, pelo Presidente do Conselho de Ministros. O objetivo é colaborar com as medidas urgentes na contenção e gestão da emergência epidemiológica do coronavírus.

Além disso, o embarque de passageiros provenientes da República Popular da China e das áreas de estatuto especial de Hong Kong, Macau e Taiwan, que não tenham se submetido ao "período de quarentena" de 14 dias fora do país de risco, também está proibido pela Alitalia.

A Lufthansa, que atua com voos para regiões de altos índices de contaminação, também anunciou medidas preventivas. Além de reduzir custos, a empresa cancelou todos os destinos da Lufthansa, SWISS e Austrian Airlines para a China continental, até o final do horário de inverno, no dia 28 de março.

De acordo com a operadora, devido a atual situação de demanda de voos para Hong Kong, ajustes de capacidade já foram feitos na rota e planejamentos adicionais de frequência para Frankfurt, Munique e Zurique também estão previstos.

A reportagem do portal também procurou a ANAC com intuito de saber quais são as orientações da agência sobre o momento crítico. De acordo com o órgão, o monitoramento de voos provenientes de países com casos confirmados de coronavírus está sendo feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A ANVISA é a responsável pela implementação de protocolos relativos a situações de emergência sanitária e médica e, com o apoio da ANAC, tem recebido informações sobre a programação de voos internacionais com origem e destino no Brasil, bem como mantendo contato permanente para outras ações que se fizerem necessárias.

O que diz a ANVISA?

Imagem: Pixabay

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o trabalho nos pontos de entrada tem três objetivos específicos: garantir a adoção das medidas preventivas para a comunidade aeroportuária e portuária, fazer com que os procedimentos de desinfecção e limpeza de aeronaves e navios sejam realizados corretamente e encaminhar os casos de pessoas que estejam manifestando sintomas para as unidades de saúde.

O papel da agência reguladora no locais de entrada do país é de? dar encaminhamento aos casos sintomáticos, adotar as medidas para levar as suspeitas ao serviço de atendimento e tornar possível o rastreamento dos demais passageiros em casos de confirmação.

Ao Eu,Rio!, a ANVISA informou que, diante do exame preliminar que deu resultado positivo para coronavírus (Covid-19) em um passageiro que veio da Itália para o Brasil,? a entidade já tomou as algumas medidas.

A agência solicitou à companhia aérea a lista de passageiros que estavam no mesmo voo. O documento foi encaminhado ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) para investigação de outros tripulantes que tiveram contato com o caso suspeito. A ANVISA ainda comunicou que também aumentou a criticidade no monitoramento dos voos internacionais provenientes de países onde há casos confirmados da doença.

Caso suspeito: o que acontece nos aviões e aeroportos?

De acordo com a ANVISA, há várias orientações que devem ser seguidas por órgãos e trabalhadores que atuam em aeroportos e em aviões, no caso de detecção de algum caso suspeito do novo coronavírus. Entre elas, a agência citou que o comandante da aeronave deve comunicar à autoridade sanitária se houver suspeita da doença no voo. Assim como, ele deverá adotar medidas para isolar a pessoa dos demais viajantes.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária ainda repassou as principais orientações para a comunicação e atuação frente a casos suspeitos, de acordo com a competência de cada agente aeroportuário. Veja a seguir:

Comunidade aeroportuária

- Informar ao Centro de Operações de Emergências – COE do aeroporto qualquer caso suspeito, em qualquer área do aeroporto, seja passageiro, tripulante ou outra pessoa.

- Centro de Operações de Emergências – COE do aeroporto

- Acionar o Serviço Médico e informar o caso à Anvisa.

- Comunicar à Receita Federal (RF), Polícia Federal (RF) e Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) quando o caso estiver em área restrita no aeroporto.

Serviço Médico

- Realizar o atendimento do caso, em conjunto com a autoridade sanitária.

- Avaliar os critérios clínicos para enquadramento como caso suspeito, de acordo com a definição do Ministério da Saúde e da OMS.

- Garantir que os profissionais de saúde usem equipamentos de proteção individual (EPIs) antes de realizar o atendimento.

- Levar o caso suspeito ao posto médico ou local de triagem, em área restrita, evitando o trajeto por áreas com grande movimento de pessoas.

Administração Portuária

- Disponibilizar área de triagem, em caso de necessidade de separação dos casos suspeitos.

- Verificar junto à Polícia Federal (PF) e à Receita Federal (RF) a forma de efetuar o controle migratório e alfandegário do caso suspeito e das demais pessoas que tiveram contato com a pessoa.

- Supervisionar e garantir a realização da limpeza e desinfecção de áreas e equipamentos sob sua responsabilidade.

- Supervisionar e garantir a realização da limpeza e desinfecção das ambulâncias e/ou ônibus empregados no transporte dos casos suspeitos.

- Adotar medidas para o manejo do lixo e esgoto provenientes do atendimento.

Operadores de aeronaves

- Fornecer a lista de viajantes com as informações solicitadas pela autoridade sanitária.

- Acompanhar o passageiro isolado, com suspeita de caso, até o hospital referenciado, quando necessário e conforme orientação da autoridade sanitária.

- Apoiar a autoridade sanitária na comunicação junto aos viajantes.

- Impedir o embarque do caso detectado no momento do check-in ou nos portões de embarque, informando ao COE para que sejam adotadas as medidas necessárias.

Cada situação deverá ser criteriosamente avaliada e, quando for o caso, serão promovidas ações conjuntas pelas vigilâncias sanitária e epidemiológica, de acordo com o plano de contingência do aeroporto.

Equipamento de proteção individual (EPI)

Imagem: Pixabay

Os servidores da Anvisa, da Receita Federal (RF), da Polícia Federal (PF), da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e os trabalhadores que realizam abordagem em voos internacionais com viajantes provenientes da China devem:

- Utilizar máscara cirúrgica, mesmo se não houver relato de caso suspeito.

- Utilizar máscara cirúrgica, avental, óculos de proteção e luvas se houver relato de caso suspeito.

Os servidores e trabalhadores que realizam inspeção de bagagem acompanhada devem utilizar máscara cirúrgica e luvas. O uso de máscaras cirúrgicas também é recomendado para:

- tripulantes de voos internacionais

- agentes portuários que atuam na conexão de aeronaves;

- operadores de proteção da aviação civil (Apac); e funcionários de lojas? duty-free.

Para os trabalhadores que não têm contato direto com viajantes e tripulação de voos internacionais não há, no momento, recomendação de uso de equipamento de proteção individual (EPI).

Recomendações gerais para servidores, trabalhadores aeroportuários e viajantes

A Anvisa destacou que em qualquer situação, independentemente da indicação de uso de equipamentos de proteção ou não, os trabalhadores e viajantes devem sempre adotar medidas preventivas simples, tais como:

- lavar frequentemente as mãos com água e sabonete;

- usar gel alcoólico nas mãos quando não estiverem visivelmente sujas;

- utilizar lenço descartável para higiene nasal;

- cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;

- evitar tocar as mucosas dos olhos, nariz e boca;

- lavar/higienizar as mãos após tossir ou espirrar.

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