Na tarde da última sexta-feira (6), Ligia Beatriz Ferreira foi mais uma vítima do racismo. A agressora identificada como Luciene Braga, 33, foi presa em flagrante, após chamar Ligia de "macaca sem educação". O caso aconteceu no Norte Shopping, no bairro de Del Castilho, na Zona Norte carioca. Depois do ocorrido, a vítima desabafou em seu perfil no Facebook.
"Ontem as 17:00 horas no Norte Shopping fui vítima de racismo, assim como, centenas de nós somos sujeitos durante toda nossa vida. Digo de crime sobre racismo na íntegra e não o q infelizmente nos acostumamos a conviver (olhares, gestos e comportamentos), fui agredida VERBALMENTE e EXPLICITAMENTE de MACACA por várias vezez por uma cidadã q acredita que eu possa ser humilhada pela cor da minha pele. Digo e repito q meu caráter não tem cor!!!
Não sou obrigada a conviver com isso e nem aceitar esse tipo de comportamento aos meus iguais. Sou MULHER, NEGRA e CANDOMBLECISTA , sobretudo um ser HUMANO e EXIGO RESPEITO. Criei meus filhos com a confiança de terem a cor da pele preta e o cabelo duro e terem orgulho disso e ontem pus isso em prática.
Agradeço a Deus e aos Orixás por permitirem pessoas q me assistiram e empararam nesse momento onde infelizmente nos sentimos tão diminuídos, inferiores e humilhados. Natalia, André, Fabiana (esposa André), Ivana , Henrique e Rodrigo q Deus os abençoe e proteja sempre. Serei grata por toda minha vida", escreveu Ligia.
A estudante de direito Nathália Hybner testemunhou todo o episódio. Foi ela quem ajudou os seguranças a evitar que a agressora fugisse e que acompanhou Ligia Beatriz até a delegacia onde foi registrado o Boletim de ocorrência. Nathália também narrou sua indignação nas suas redes sociais.
"Ontem presenciei uma situação horrível de injúria racial no norte shopping, no momento que vi a cena do ato sofrido pela Ligia Beatriz Ferreira fui atrás de ajuda, não encontrei e decidi ir atrás da autora, a racista tentou se esconder no banheiro, aguardamos a saída dela junto com os seguranças do shopping e nos encaminhamos até uma cabine da PM.
No caminho, quando comecei a gravar a situação a autora me agrediu tentando impedir, chegando na cabine ela ficou detida até a chegada a viatura, e dali nos encaminhamos para a delegacia pra realizar a prisão em flagrante.
Depois de 5 horas a racista foi presa, e por mais que sistema todo coopere pra gente desistir, fomos até o final! Essa história não é sobre mim, por mais que eu tenha sido uma peça importante pra esse desfecho, mas esse local de fala não é meu, fiz apenas o mínimo que todo mundo deveria fazer!
Agradeço a todas as mensagens e reportagens, é importante que o máximo de pessoas consigam saber da história pra gente conseguir acabar com isso o mais rápido possível! Fogo nos racistas", contou a estudante.
Vale ressaltar que os policiais do 3ºBPM, no Méier, foram acionados e conduziram Luciene, Ligia e Nathália foram para a 21ªDP, em Bonsucesso. Na delegacia foi feito o registro da ocorrência e a mulher encaminhada ao sistema prisional. A reportagem do portal Eu,Rio! não conseguiu o contato de Luciene Braga.