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Estudante faz projeto sobre empregabilidade para jovens de comunidades do Rio

Projeto Jovens Podem foi selecionado pelo programa "Chama na Solução" promovido pela Unicef

Por Anderson Madeira em 26/03/2020 às 21:12:30

Foto: Arquivo Pessoal

Muitos jovens que vivem nas comunidades cariocas, ao se defrontarem com a dificuldade de conseguir um emprego e com a responsabilidade de ajudarem no sustento das famílias, acabam indo para a criminalidade. Visando evitar que este seja o destino de mais jovens, o estudante Lincoln Sabino Souza, de 20 anos, formado em Técnico de Telecomunicações na Escola Técnica Estadual República (unidade de Quintino da Faetec), no final do ano passado. Ele elaborou o projeto "Jovens Podem", que foi selecionado pelo programa "Chama na Solução", do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

O projeto foi elaborado por ele e mais três jovens, da Pavuna, Anchieta e Costa Barros, todos da Zona Norte do Rio. Lincoln é morador do Complexo do Lins, também da Zona Norte. Consiste na produção e publicação de uma cartilha sobre temas importantes para empregabilidade, atuando em massa nas mídias sociais e disseminando informações sobre o mundo do trabalho.

"O Jovens Podem une informações as pessoas com fácil linguagem. Seja intercâmbio, oportunidade de emprego ou informações gerais ao público alvo citado: jovens em medidas socioeducativas, jovens mães desempregadas e jovens em busca do primeiro emprego. Nossa atuação será em massa nas redes sociais, com auxílio físico tentando levar as pessoas para o meio digital. Levando em consideração que na Faetec tem 130 unidades. O projeto irá começar no Complexo do Lins, atingindo 40 mil pessoas. E depois as comunidades da Pavuna. Exatamente por isso, iremos divulgar os pontos em que eles podem acessar ao conteúdo através da Faetec, que possui pontos gratuitos de internet", explica Lincoln. "Há quatro semanas tivemos uma reunião com o Instituto Oi para ter uma capacitação e aplicar durante duas semanas. Contudo, a pandemia não deixou. Agora iremos começar online em até duas semanas", conta. Assim que a pandemia passar, será feito de forma física.

Lincoln foi um dos 100 jovens selecionados pelo programa da Unicef e este ocorreu no mês passado em São Paulo. Uma iniciativa que apoia mudanças positivas que possam potencialmente impactar a vida de crianças e adolescentes do país, fazendo parte do Youth Challenge, iniciativa global que apoia projetos de jovens de 39 países. "O projeto recebeu um capital semente de 5 mil reais para ser aplicado pelos próximos seis meses. Inclusive, fui o único dos 100 selecionados a participar da edição do programa em São Paulo", informa o jovem. Os 100 jovens participaram de sete projetos e cinco foram selecionados.

Além disso, foi iniciada em fevereiro uma mentoria contínua aos participantes do programa para apoiar a implementação das iniciativas criadas durante a formação. Há possibilidade de participação na etapa de seleção global, em junho, na qual os projetos serão analisados por uma equipe de especialistas de várias partes do mundo para concorrer a um investimento de até 20 mil dólares americanos.

"Em quatro encontros pude conhecer jovens brilhantes de diversos bairros do Rio que ajudam a sua comunidade por meio de sua atuação política e social. Utilizando um brainstorming eficiente, alcançamos inúmeras propostas para solucionarmos os diversos problemas que se encontram pelo Rio, desde o alcance de oportunidades dentro das comunidades, a maior proatividade dos conselhos de juventude", conta Lincoln.

Mudar a realidade dos jovens das periferias motivou o jovem a elaborar o projeto.

"Moro em uma cidade onde a maioria dos jovens que entram para o tráfico é para ajudar a família, e a nossa prefeitura se ausenta das políticas públicas para a juventude, para combater dados cruéis dos jovens periféricos. Mesmo sendo a segunda maior capital desse país, não temos sequer uma superintendência de juventude ou um conselho de juventude. Eu venho tentando estabelecer esse conselho através de um projeto de lei, mas não é de interesse do governo que o projeto passe, por isso ele permanece desde 2018 parado na Câmara Municipal da cidade. Então, diante a isso procuro outros meios através do terceiro setor (ONGs), para causar o impacto que o legislativo não consegue", lamenta.

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