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Supremo encaminha à PGR notícia-crime contra Bolsonaro

Procuradoria Geral da República fará parecer ao STF. Caso tornado réu por propagação de doença contagiosa, presidente sofre processo de impeachment no Congresso

Por Portal Eu, Rio! em 31/03/2020 às 08:50:48

Marco Aurélio Mello, relator do caso no Supremo, encaminhou para parecer da Procuradoria-Geral da República notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro por propagação de doença contagiosa Foto ST

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) informou na página do mandato no Facebook que a notícia-crime protocolada contra o presidente Jair Bolsonaro foi encaminhada à Procuradoria-Geral da República pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello. O parlamentar quer enquadrar o presidente no artigo 268 do Código Penal, que consiste em infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa. A rede BandNews informou ter obtido a confirmação pessoal do ministro Marco Aurélio quanto ao encaminhamento da notícia-crime para a PGR, encarregada do parecer. Na página oficial do Ministério Público Federal, até as quinze para as nove da manhã desta terça-feira (31/3), não havia menção ao fato.

Lopes destacou que o processo pode levar ao afastamento de Bolsonaro por 180 dias ou mesmo à perda definitiva do mandato. Nesse caso, ao contrário do impeachment congressual clássico, o processo não depende da autorização monocrática do presidente da Câmara, na atual legislatura Rodrigo Maia, para prosseguir. Somente caso a PGR encaminhe a denúncia e o Supremo torne réu o presidente, é que o Congresso aprecia e vota um eventual afastamento, então e somente então com o mesmo rito do impeachment clássico.

A diferença de processos, inclusive, foi um dos argumentos de apoiadores do presidente para contestar a iniciativa do parlamentar petista, nos comentários à postagem. Além disso, os seguidores de Bolsonaro atacaram o deputado como 'zero à esquerda' e alguém que 'não se elege mais nem para síndico de prédio'. Em contrapartida, os correligionários e simpatizantes de Lopes, em maioria, saudaram o gesto. "Alguém tinha que fazer alguma coisa para tirar esse louco de lá! Parabéns!,' postou o mais entusiasmado.

A notícia-crime protocolada por Reginaldo Lopes ganharia força na hipótese de o presidente estar com a Covid-19, mesmo que assintomático. Nada menos de 23 pessoas da comitiva presidencial aos Estados Unidos foram contagiados pelo novo coronavírus (SARS Cov-2), entre eles o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, o titular da Secretaria da Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, e o motorista do presidente. Os testes para Covid-19 foram feitos no Hospital da Força Aérea, que negou à Secretaria de Saúde do Distrito Federal o resultado de dois testes. O presidente chegou a editar um decreto anulando temporariamente os efeitos da Lei de Acesso à Informação, mas o Congresso derrubou o decreto, reafirmando a plena vigência da Lei, que assegura a qualquer cidadão o acesso a informações de interesse público.

Também no perfil dele no Facebook, o deputado mineiro comentou a repercussão da decisão do ministro do Supremo:

"O programa Globo News em Pauta também noticiou o pedido de afastamento de Bolsonaro, protocolado por mim, e que foi encaminhado à PGR pelo ministro do STF Marco Aurélio Mello. O presidente não está à altura do cargo e da crise. Põe os brasileiros e brasileiras em risco ao desobedecer e boicotar todas as recomendações de saúde.

O afastamento por 180 dias se faz necessário. Caso ele seja condenado com trânsito em julgado, Bolsonaro perde o mandato.

Não é hora de irresponsabilidade e pouco caso com a vida dos cidadãos," concluiu. A página citou também o Jornal da Globo e o Estado de S.Paulo.

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