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Aulas presenciais podem voltar no dia 2 de julho no município do Rio

Data segue previsão do plano de reabertura, que pode ser revisto


As creches serão abertas para crianças a partir de 2 anos que tenham a comprovação de que os pais estejam trabalhando. Foto: Agência Brasil

As aulas presenciais na cidade do Rio de Janeiro devem voltar parcialmente nas escolas e creches das redes de ensino municipal e privada no dia 2 de julho. As creches serão abertas para crianças a partir de 2 anos que tenham a comprovação de que os pais estejam trabalhando. As escolas municipais e privadas serão abertas para alunos de 5ª a 9ª séries.

O dia 2 de julho é a data inicialmente prevista para começar a terceira fase do Plano de Retorno das Atividades Econômicas, publicado na noite desta terça-feira (2). O plano tem seis fases, cada uma prevista para ocorrer a cada 15 dias, desde que a curva de incidência da covid-19 e o número de leitos em UTI nos hospitais da rede pública estejam dentro do previsto pela prefeitura. Em cada etapa é previsto um bloco de estabelecimentos que poderá iniciar as atividades.

O funcionamento das escolas será em sistema de rodízio e será vedada a aglomeração de pessoas. As pré-escolas municipais e privadas como também as turmas de 1ª e 2ª séries do ensino fundamental e o 3º ano do ensino médio e pré-vestibular retomarão o funcionamento na quarta fase do plano. Na quinta etapa, todas as séries retomarão o funcionamento.

Segundo o superintendente de Educação, Inovação e Projetos da Vigilância Sanitária do Rio, Flávio Graça, vai ocorrer um rodízio de turmas e parte do conteúdo escolar vai continuar em sistema de Educação à Distância (EAD).

“Vai ser em sistema de rodízio para não aglomerar. Se o colégio, por exemplo, tem duas turmas de 5º ano ele vai fazer alternância de pessoas nas salas e vai continuar mantendo o EAD. Isso vai ser para que os alunos tenham um suporte porque só o EAD, principalmente, com os menores está muito difícil”, disse o superintendente, em entrevista à Agência Brasil.

Avaliação

Segundo o superintendente, a data de 2 de julho, no entanto, pode não se confirmar caso seja necessária alguma alteração no cronograma do Plano de Retorno.

No dia 16 de junho, data prevista para o fim da primeira fase do plano de reabertura, haverá uma reunião da comissão científica para avaliar os resultados e decidir se vai ser possível passar para a fase seguinte ou ainda permanecer na inicial. “Vamos avaliar o conjunto do monitoramento diário que vamos fazer para compor os 15 dias e interpretar os dados para tomar a decisão de ir adiante, permanecermos mais algum período a fase um ou retrocedermos se for necessário”, disse o superintendente.

Reabertura total

Flávio Graça revelou que se não houver modificação em nenhuma das etapas, a última fase do plano, quando todos os setores econômicos poderão reabrir, deve começar em 75 dias. “Se tudo para frente a gente tiver um cenário positivo, sempre a frente, a gente em 75 dias para estar chegando na fase seis, que seria 15 de agosto, mas isso só se tiver um cenário positivo em todas as mudanças de fase”, explicou.

O superintendente reforçou que a manutenção do cronograma do plano depende da adesão da população. “Esse sucesso que nós queremos, que é sempre andar na mesma direção, vai depender da adesão de todos às regras e boas práticas. Quando chegar lá na fase seis, não quer dizer que vai estar todo mundo sem máscaras, todo mundo se abraçando. Isso ainda vai demorar, porque essa doença ainda precisa de vacina”, completou.

Segundo o superintendente, a análise dos dados de monitoramento é a questão mais responsável na retomada. “Não existe irresponsabilidade. É uma questão técnica. Dia a dia para qualquer decisão emergencial e também quando chegar nos 15 dias de avaliação a gente faz a interpretação desses dados e vê. O importante é acompanhar a capacidade do sistema de saúde, porque uma vez dada a retomada é previsível que a gente vá mexer na curva de achatamento, senão não deveria ter uma quarentena. Então, saindo mesmo que lentamente da quarentena, a gente pode modificar a linha da curva de achatamento e provocar uma demanda maior de pessoas no hospital. Com isso as unidades tanto as públicas como privadas têm que estar capazes. No momento elas estão com movimento perfeitamente assimilável”, detalhou.

Regras de Ouro

O plano inclui o estabelecimento de regras de ouro que deverão ser seguidas pela população, mesmo depois do término das fases. Entre elas, o uso de máscaras, higienização das mãos, uso de EPIs para as equipes de limpeza, ambientes arejados e distanciamento de no mínimo dois metros entre as pessoas. Conforme o superintendente, a fiscalização do cumprimento caberá a Vigilância Sanitária. “A Vigilância sanitara tem as equipes e atua junto com o gabinete de crise, com a Secretaria de Ordem Pública, a Guarda Municipal. Temos vários fiscais na rua”, observou.

Críticas

Flávio Graça rebateu as críticas de especialistas de saúde de que ainda não era o momento de flexibilizar as atividades no município do Rio de Janeiro. O superintendente afirmou que os dados, que servem de base para a decisão, são obtidos mais rapidamente e retratam mais fielmente o momento atual. “É o dado que a gente pega direto da nossa rede da capacidade do leito de UTI absorver a população. Nós estamos hoje praticamente zero fila, estamos com atendimento tranquilo nas enfermarias covid e nas UTIs. A nossa capacidade hoje está sendo utilizada em torno de 85% a 90%, então, a gente tem como absorver o impacto e essa é a nossa responsabilidade. Nós estamos trabalhando com muito critério. São pouquíssimas atividades que estão sendo abertas para que a gente possa de forma responsável sempre com a vida em primeiro lugar, avaliar dia a dia e tomar a decisão de avançar ou não”, pontuou, acrescentando que tudo é baseado em indicadores técnicos da Secretaria Municipal de Saúde.

Transportes

O superintendente reconheceu que os transportes públicos podem ser o calcanhar de aquiles do Plano porque concentram muitos passageiros. Segundo ele, por isso foi tomada a decisão de adotar uma grade de horários para as atividades. “Vai por isso que a gente está modificando o horário dos shoppings e do comércio em geral. O funcionamento dos ônibus a gente vai ter uma comunicação direta com as empresas para que disponibilizem um maior número de veículos, mas o mais importante é fragmentar os horários de trabalho para que não tenha todo mundo indo trabalhar no mesmo momento", indicou.

Balanço inicial

Para Flávio Graça, nos dois primeiros dias do Plano de Retorno houve aumento de carros nas ruas, mas ele diz que isso não aumenta muito o risco. O monitoramento está sendo feito pelo Centro de Operações (COR) da Prefeitura do Rio. O superintendente afirmou que algumas pessoas são difíceis de convencer porque se negam a usar as máscaras e ter os cuidados necessários, mas na visão dele, a maioria da população atendeu as orientações. “A gente tem dificuldade com algumas pessoas, mas na grande maioria, a gente tem visto muita gente de máscara na rua, usando álcool em gel. Muita gente se preocupando. Isso é muito bom. É um novo padrão de comportamento”, concluiu.

Equipamentos

Hoje no início da manhã, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, foi conferir no Aeroporto Internacional Galeão/Tom Jobim, a chegada de mais uma carga de equipamentos comprados pela prefeitura que serão utilizados no combate à covid-19. Na carga, estão 37 respiradores, monitores e máscaras, além de outros equipamentos de proteção individual (EPI). Segundo a Prefeitura do Rio, esta semana um outro voo está previsto para chegar com mais aparelhos para a saúde.

Pelos dados do município, chegaram, até agora, mais de 300 respiradores, carrinhos de anestesia, mais de um milhão de máscaras e tomógrafos, além de 110 aparelhos de raio-x digital e 20 autoclaves de 100 litros. O investimento da Prefeitura é de R$ 370 milhões na renovação do parque tecnológico das unidades de saúde da rede municipal.




Agência Brasil

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