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Não é a cloroquina do Trump

Esperança contra mortes da pandemia, a R$ 40, está em teste no Brasil

Disponível nas farmácias, remédio reduziu em um terço perdas de pacientes entubados. Casos graves, com orientação médica


Droga promissora para deter mortes da Covid-19 está sendo testada sob coordenação da Universidade de Oxford Foto Reprodução Internet

Com um estilo mais comedido do que os tablóides britânicos, como The Sun e Daily Mail, que viram a cura da pandemia logo ali na esquina, o New York Times se rendeu a uma notícia promissora contra a Covid-19, vinda das terras da inesgotável Rainha Elizabeth II: os cientistas britânicos dizem ter identificado o primeiro medicamento capaz de reduzir as mortes relacionadas ao coronavírus. 'Droga velha, truque novo', diz o título do informe do NYT, na cidade com mais casos da doença em todo o mundo. E, antes que as redes sociais se digladiem por aqui, um esclarecimento: não, não é a cloroquina, que Trump empurrou ao Brasil mesmo depois de a agência sanitária americana, o FDA, desautorizar o uso emergencial.

A esperança da vez é o esteróide dexametasona, um medicamento anti-inflamatório usado há décadas. A substância parece ajudar pacientes com casos graves de Covid-19. Especialistas ouvidos pelo NYT, uma das mais respeitadas publicações do planeta, acreditam que a droga, testada por uma equipe da universidade de Oxford, é eficaz para acalmar a resposta imunológica hiperativa conhecida como tempestade de citocinas.

A OMS saudou a esperança representada pelo novo tratamento, embora destacasse, como é próprio em comunicados do gênero, a necessidade de aguardar estudos mais completos. Prometeu apoio técnico e financeiro para que o experimento ganhe alcance mundial. Para o Brasil, segundo em número de mortes por conta da Covid-19 e dos últimos em testagem massiva, o melhor é que o remédio está em testes no País, em 40 hospitais de 17 estados.

Para pacientes em respiradores artificiais, entubados, a droga reduziu a taxa de mortalidade em um terço, disseram os cientistas responsáveis pelo estudo; para quem usa oxigênio, as mortes reduziram em um quinto. O medicamento não mostrou benefício para pacientes ainda na fase menos aguda da doença, em que não precisavam de suporte respiratório.

Outro benefício do remédio, ainda de acordo com o Times, é que ele é muito barato - cerca de US $ 8 por tratamento, de acordo com um dos líderes do julgamento. Também está amplamente disponível e já está nas prateleiras de farmácias de todo o mundo. Mesmo assim, alguns médicos pedem cautela, observando que, na pressa de encontrar tratamentos, algumas descobertas de alto perfil foram posteriormente retiradas ou retornadas. Alguém por aí falou em cloroquina, pensado e eficiente contra a malária, Annita (nitazonaxida) e ivermectina, vermífugos bons e baratos, AZT (azitromicina), antiviral eficiente para deter a marcha da AIDS mas cheio de efeitos colaterais? Pois é: o almirante Antônio Barra Torres teve que usar a patente alta e o bigode grosso para tornar alguns desses medicamentos sujeitos a receita médica ou mesmo tarja preta, com cópia do aviamento pelo médico retida na farmácia. Portando, bom ter uma esperança, mas não custa lembrar a história de que, muitas vezes, a luz no fim do túnel é um trem na contramão.

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