O cartunista e ilustrador Bruno Liberati morreu hoje (26), em sua casa, no Rio de Janeiro. A causa da morte ainda não foi confirmada pela família. A notícia foi divulgada pelo colunista de O Globo Ancelmo Gois. Pessoas próximas do cartunista comentaram que ele vinha reclamando de dores no aparelho digestivo e no intestino nos últimos dias.
Max Frisch, escritor suiço, no traço de Liberati. Imagem: Arquivo Pessoal André Barroso.
Formado em ciências sociais, o ilustrador trabalhou nas redações do Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, o Estado de São Paulo, Movimento, Versus, La Repubblica, Uomiuri Shimbum, e nas revistas Visão, Veja Rio, Graphis Annual 84/86 e Print.Também era ilustrador da editora de livros Companhia das Letras.
Cartunistas lamentam
O cartunista Aroeira contou que conviveu com Bruno Liberati no Jornal do Brasil. "Era uma pessoa gentil, suave, espirituosa e culta. Gostava e conhecia arte, pintura, literatura, teatro, cinema e música. Era um renascentista e, apesar de ter usado muitas vezes seu traço de forma ferina, adorava desenhar as caricaturas de escritores no Caderno B: um Sartre, um João Cabral, um Suassuna, um Manuel Bandeira. Era um cartunista que gostava da linha, do traço tradicional. Vai fazer falta por ser uma pessoa tão densa e completa", ressaltou.
Escritor Ariano Suassuna por Liberati, no Caderno B do Jornal do Brasil. Imagem: Reprodução
Já Ique disse que conviveu quase vinte anos com Liberati na redação do JB. "Um amigo e companheiro de trabalho muito divertido. Sempre atento às mulheres bonitas que transitavam pela redação, tinha sempre uma história pra contar de suas aventuras quase sempre desastradas. Um apaixonado, um ilustrador fabuloso, com uma cultura invejável, e um cartunista de mão cheia. Aprendi muito de técnica e recursos artísticos com esse artista que tinha uma variação incrível em sua produção, experimentando sempre todo o tipo de material. Um ser humano totalmente do bem, que partiu cedo demais, e deixa o mundo da arte mais triste. Descanse em paz, amigo!", lamentou.
O desenhista e ilustrador André Barroso também foi contemporâneo de Liberati no JB. "Ele sempre foi aquele artista refinado e muito culto, sempre com vontade de estar nos lugares e participar. Um guerreiro do lápis. Ele me ensinou algumas coisas no desenho que levo para a minha vida. Vá com Deus!", disse.