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Trajetória inspiradora: de operadora de telemarketing a proprietária de revista

Filha de empregada doméstica semialfabetizada e criada sem pai, Kelly Couto venceu barreiras

Por Portal Eu, Rio! em 28/07/2020 às 18:29:52

Kelly no seu primeiro emprego no Telemarketing e palestrando pela Revista Capital Econômico. Fotos: Divulgação

Se tem uma coisa que parece ter entrado no DNA do brasileiro, em especial, nos últimos anos, é o empreendedorismo, que nunca esteve tanto em evidência como agora.

A crise econômica ocasionada pela pandemia tem impulsionado, cada vez mais, a decisão. A estimativa, em 2020, é que o Brasil alcance o maior patamar de empreendedores iniciais das últimas duas décadas.

O caminho para se alcançar a estabilidade e o sucesso tão sonhados nem sempre é feito de asfalto novo, liso e florido. A estrada, muitas vezes, é cheia de buracos, não bastando apenas ter paixão e garra.

Por isso, conhecer histórias de quem passou por dificuldades e conseguiu se posicionar no mercado pode até não garantir um futuro promissor – mas, certamente, poderá ser a chave de ignição que faltava para dar mais um passo em direção a ele.

Uma dessas histórias inspiradoras é da jovem empreendedora Kelly Couto. Ela começou sua carreira como operadora de telemarketing até fundar a Revista Capital Econômico, veículo de comunicação de negócios e carreira.

Onde tudo começou

Filha mais velha de uma empregada doméstica semialfabetizada, criada sem pai e sem nenhuma referência sobre o que era educação, desde os 16 anos de idade Kelly trabalhava durante o dia e à tarde numa residência e estudava à noite para ajudar a mãe a terminar de criar os outros dois irmãos mais novos.

Tendo estudado em escola pública durante toda a sua formação, aos 18 anos, conseguiu seu primeiro emprego com registro em carteira, como operadora de telemarketing em uma empresa de médio a grande porte, que presta serviços para o setor de telecomunicações. Foram dez anos na área, onde começou como atendente até passar por cargos de liderança.

"Lembro-me do dia em que a Kelly conseguiu esse emprego. Nos encontramos no caminho da igreja. Ela havia chegado de tardezinha, exausta, porém, cheia de alegria por ter participado do processo seletivo. Dias depois, muito alegre, ela contou que havia sido empregada. Ficamos radiantes de alegria e nos abraçamos", relembra Narjara Carla Santana, educadora física e amiga de longa data.

Rescisão de R$ 50

"A jornada para conseguir meu primeiro salário fixo, no valor de R$ 340, ainda está muito viva em minhas memórias. Foi em 2004. Após ter sido dispensada de uma casa de família onde trabalhava, dividi o dinheiro da rescisão com o sustento da casa e guardei uma parte para comprar os jornais de domingo para ter acesso aos classificados e sair em busca de um emprego. Detalhe: valor da rescisão era de R$ 50!", conta Kelly.

O processo seletivo foi cansativo e rigoroso, mas nada que tirasse a gana e a garra da jovem. "Em minhas mãos, eu tinha só o dinheiro da passagem do trem, os classificados de domingo, toda documentação e muita vontade de vencer. Enfrentei um dia inteiro de seleção e horas de fila para conseguir a vaga, já que o número de candidatos era alto. Fui selecionada na semana do meu aniversário. Fiquei hiper feliz e o presente não poderia ter sido melhor! Foi com este dinheiro que eu ajudava a minha mãe e meus dois irmãos no sustento da casa", recorda Kelly.

Nascida e criada em Austin, bairro localizado na cidade de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Couto nunca se deixou intimidar pelas dificuldades da adolescência. "Vivíamos abaixo da linha da pobreza. Em minha casa, nem banheiro tínhamos. Pão era luxo. Meus irmãos e eu, muitas vezes, contávamos somente com a refeição que era servida na escola", relata a empreendedora.

Novos tempos

Inconformada com a difícil situação, Kelly não poupou esforços para mudar seu destino. Com um enorme sonho de ir para a faculdade, sempre conciliando o trabalho com a intensa jornada de estudos, através de cursinhos comunitários, somente aos 29 anos a jovem conseguiu alcançar o ensino superior, através de um programa de bolsas de estudo.

"Conheço a Kelly há 20 anos: uma menina simples e humilde. Hoje, olhando para ela, uma mulher forte, guerreira, me emociono muito ao ver aonde chegou", afirma Marcela Monique Santana, Promotora de Vendas e amiga.

Após ter saído do seu último emprego em call center, com o cargo de negociadora, em 2014, a jovem percebeu que era hora de empreender no setor de comunicação e iniciou sua carreira como prestadora de serviços em redação publicitária para agências de marketing digital e conteúdo em todo o Brasil. Tendo adquirido habilidades e experiências no setor, em 2019, a empreendedora fundou a Revista Capital Econômico. A publicação vem ganhando destaque na imprensa nacional e internacional, se consolidando como importante veículo de comunicação para geração de negócios e networking.

Ela conta que a revista é fruto de um sólido relacionamento que vem construindo desde que decidiu empreender no setor. "Fui adquirindo muita confiança nos relacionamentos e diferentes habilidades no ambiente de marketing digital, desde as áreas da publicidade, marketing de conteúdo, até o jornalismo. Na imprensa, tive passagem por grandes veículos de comunicação de Economia, além de ter gerenciado uma equipe de comunicação de um grande portal de Finanças Pessoais, gerando forte relacionamento com pessoas da área", aponta Kelly.


Kelly Couto. Foto: Divulgação

A Capital Econômico já é considerada por executivos e empreendedores como uma das mais relevantes publicações no ambiente business, já tendo recebido propostas vultosas de compra.

Presente nos principais canais de comunicação online, o veículo procura trazer em suas edições especiais influenciadores do setor que possam contribuir com o crescimento do negócio ou da carreira.

Flávia Gamonar, uma das maiores influenciadoras digitais na maior rede de contatos de profissionais, o LinkedIn, com mais de um milhão de seguidores foi uma das capas da edição. Ela deu muitas dicas sobre carreiras.

Na parte de empreendedorismo, Rafa Prado, grande influenciador em empreendedorismo, craque do networking e que ficou milionário antes dos 30 anos, também foi destaque em uma das edições. Ele falou sobre o sucesso para empreendedores se destacarem no ambiente digital, mesmo durante a pandemia.

Já Felippe Bastos é CEO da AES Brazil, que atua no mercado de Óleo e Gás com soluções integradas para serviços de limpeza offshore. Ele ressalta que os setores de economia e business precisam estar atualizados em um veículo que inspire confiança no mercado." É muito bacana o formato da revista eletrônica e a forma como as informações são apresentadas. A revista consegue aliar conteúdo bem trabalhado com informações que chegam rápido ao leitor, com conteúdo revisado e organizado", avalia Felippe.



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