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Vacina de Oxford/AstraZeneca é primeira a comprovar que impede transmissão do Covid-19

Imunizante, licenciado no Brasil pela Fiocruz, mostra eficácia de 76% três meses após dose inicial

Por Portal Eu, Rio! em 02/02/2021 às 16:49:36

Uma única dose da vacina de Oxford AstraZeneca é 76% eficaz de 22 a 90 dias após a vacinação Foto Divulgação

Pesquisadores da Universidade de Oxford publicaram hoje, terça-feira (2/2), no Preprints com The Lancet, uma análise dos testes em andamento da vacina. No estudo, eles revelam que a eficácia da vacina é maior em intervalos mais longos entre a primeira dose e o reforço, e que uma única dose da vacina é 76% eficaz de 22 a 90 dias após a vacinação. Neste estudo preliminar, atualmente em revisão no The Lancet, os autores relatam uma análise de dados adicionais para incluir informações do julgamento até 7 de dezembro de 2020, que inclui mais 201 casos de COVID-19 sintomático primário (332 casos de 131 relatado anteriormente).

O estudo aponta que o efeito do intervalo de dosagem sobre a eficácia é pronunciado, com a eficácia da vacina aumentando de 54,9% com um intervalo de menos de seis semanas para 82,4% quando espaçados de 12 ou mais semanas. Os autores também relatam o potencial da vacina para reduzir a transmissão do vírus, com base em swabs obtidos de voluntários nos braços do estudo no Reino Unido, com uma redução de 67% após a primeira dose da vacina.

Os autores do estudo detalham que uma única dose padrão da vacina é 76% eficaz na proteção dos casos sintomáticos e de primeira exposição ao COVID-19 nos primeiros 90 dias pós-vacinação, uma vez que o sistema imunológico construiu essa proteção 22 dias após a vacinação, com a proteção mostrando pouca evidência de declínio neste período. Eles esperam relatar dados sobre as novas variantes do SARS CoV-2 (Reino Unido, África do Sul, Amazonas, entre outros) nos próximos dias e esperam que as descobertas sejam bastante semelhantes às já relatadas por outros desenvolvedores de vacinas. Esses estudos indicaram que as vacinas atuais seguem eficientes em proporções muito próximas às registradas nos testes com as cepas originais, quando testadas contra as novas linhagens.

A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford com a anglo-sueca AstraZeneca é a principal aposta do Governo federal para a imunização contra a Covid-19 no Brasil. A Fiocruz entregou dois milhões de vacinas prontas (importadas do Instituto Serum da Índia) em janeiro e, com o início da produção, a partir da chegada do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), a Fundação poderá escalonar as entregas para atingir a marca de 50 milhões de doses até abril e 100,4 milhões de doses até julho de 2021. No segundo semestre deste ano não será mais necessária a importação do IFA, que passará a ser produzido também na Fiocruz, após a conclusão da transferência de tecnologia. De agosto a dezembro serão mais 110 milhões de doses de vacinas produzidas inteiramente na instituição, garantindo autonomia para o país e continuidade da vacinação para toda a população brasileira.

O professor Andrew Pollard, pesquisador-chefe do Oxford Vaccine Trial e co-autor do artigo, disse ao site oficial da universidade britânica:

'Esses novos dados fornecem uma verificação importante dos dados provisórios que foram usados ??por mais de 25 reguladores, incluindo a MHRA (agência reguladora de medicamentos e vacinas do Reino Unido) e a EMA (agência reguladora da União Europeia) para conceder a autorização de uso de emergência da vacina. O estudo também reforça a recomendação de política feita pelo Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI) para um intervalo após a primeira dose de 12 semanas, enquanto procura-se a abordagem ideal, e nos garante que as pessoas estão protegidas por 22 dias após uma única dose da vacina. '

As análises exploratórias apresentadas neste artigo pré-impressão sugerem que é o intervalo e não o nível de dosagem que tem um grande impacto na eficácia da vacina. Essa constatação está de acordo com pesquisas anteriores que apoiam uma maior eficácia com intervalos primários-reforço mais longos feitos com outras vacinas, como gripe, ebola e malária.


Fonte: Universidade de Oxford e Agência Fiocruz de Notícias

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