Há poucos meses, o mundo estava com os olhos voltados para as eleições presidenciais dos Estados Unidos da América. A disputa entre Donald Trump, o então presidente, e Joe Biden, que acabou vencendo o pleito, foi marcado por acusações, contestações e protestos. Em meio às discussões, Trump emitiu uma nota executiva, no apagar das luzes, que causou polêmica e descontentamento entre os profissionais de arquitetura e urbanismo no mundo.
De acordo com a nova lei, que foi batizada de “Making Federal Buildings Beautiful Again” (Fazendo os prédios americanos serem bonitos outra vez), os novos edifícios federais devem ser construídos, obrigatoriamente, no estilo clássico. O Instituto Americano de Arquitetos publicou uma nota no Twitter contra a medida do governo dizendo que “O AIA se opõe fortemente a mandatos de estilos uniforme para a arquitetura federal. Ela deve ser projetada para as comunidades específicas a que serve, refletindo os diversos lugares, pensamentos, culturas e climas da nossa nação rica. Os arquitetos estão comprometidos em honrar nosso passado e em refletir nosso progresso futuro, protegendo a liberdade de pensamento e expressão que são essenciais para a democracia”.
Não bastasse limitar a criatividade dos profissionais a um só estilo, o decreto deixa claro que os arquitetos não poderão usar, de forma alguma, o Brutalismo nas construções, estilo que surgiu no final da Segunda Guerra Mundial e que prioriza a funcionalidade e não a estética das edificações.
Segundo o arquiteto Henrique Hoffman, da Painel Arquitetos Associados, o nome não veio do termo “brutal” e sim de “béton brut”, que significa “concreto" em francês. “Com a inovação do sistema industrial de produção e fabricação, o concreto ganhou espaço no mercado – que além de barato, podia ser produzido em larga escala e de forma modular” explicou o especialista.