Produção do pré-sal no Brasil completa dez anos

O pré-sal brasileiro, descoberto há dez anos pela Petrobras, completou nesta segunda-feira de anos de produção. E com um recorde histórico: 1,5 milhão de barris de petróleo por dia (pbd) -  mais que o Reino Unido da Grã Bretanha ou Omã, no Oriente Médio, que tiveram uma produção média de 1 milhão cada em 2017 – cm 21 plataformas operando. A expectativa é que o volume aumente até 2022, com o início das atividades de mais 13 plataformas e investimentos de 35 bilhões de dólares.

Nestes dez anos, a produção do pré-sal gerou R$ 40 bilhões em participações governamentais (incluindo participações especiais e royalties). A expectativa do Plano de Negócios e Gestão da empresa para os próximos quatro anos é gerar mais R$ 130 bilhões em participações governamentais. Segundo a Petrobras, os 36 poços mais produtivos do país estão localizados no pré-sal. Cada poço produz, em média, 27 mil barris por dia. No campo de Sapinhoá, por exemplo, um poço chegou à marca de 42 mil bpd. A produção acumulada do pré-sal já chegou a de 2 bilhões de barris de óleo equivalente (boe).

Segundo a companhia, o tempo de perfuração e construção de poços, que absorve um terço dos investimentos de um projeto de desenvolvimento de produção, reduziu de 300 dias em média no ano de 2010, para cerca de 100 dias em 2017, o que tornou a construção de poços três vezes mais rápida. A otimização dos custos operacionais e na aceleração da produção, com alta produtividade dos poços, resultou no custo médio de extração abaixo de sete mil dólares por barril de óleo equivalente. Quando se acelera a produção, antecipa o resgate do capital empregado.

Em julho deste ano, a produção do pré-sal totalizou 1,821 milhão de barris de óleo equivalente, um aumento de 3,3% em relação ao mês anterior. Foram produzidos 1,454 milhão de barris de petróleo por dia e 58 milhões de metros cúbicos diários de gás natural por meio de 87 poços. A produção no pré-sal correspondeu a 55,1% do total produzido no Brasil.

Leilão – No dia 7 de junho último, houve o quarto leilão de áreas do pré-sal, o que garantiu uma arrecadação de R$ 3,15 milhões ao governo federal, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A disputa teve oferta de até 75% da produção para a União. A estatal exerceu o direito de preferência garantido por lei e entrou nos consórcios vencedores com participação de 30%, nos blocos Uirapuru e no de Três Marias, ambos na Bacia de Santos. Já no de Dois Irmãos, na Bacia de Campos, ficou com 45% de participação.

Na ocasião somente os três foram arrematados. No Uirapuru, a norueguesa Statoil Brasil O & G e a americana Exxon Mobil Brasil ficaram com 28% cada e a portuguesa Petrogal, 4%.  No de Três Marias, a americana Shell Brasil ficou com 40% e a também americana Chevron, 30%. A ANP estima que os 3 blocos arrematados irão gerar R$ 738 milhões em investimentos. As ofertas tiveram ágio de 500% sobre o lance mínimo.

No início, dúvidas

No início, havia dúvidas no país se a extração do pré-sal daria certo. A oposição no Congresso Nacional afirmou que seria muito onerosa e não daria lucro a altura do investimento. Havia dúvida ainda se a Petrobras seria capaz de operar em águas muito profundas, a 300 quilômetros da costa brasileira. Com o tempo, a capacidade da empresa foi comprovada.

“Nossos resultados no pré-sal são fruto da evolução do nosso ciclo de aprendizado e da cultura de inovação enraizada na companhia desde a sua criação. E o primeiro marco dessa escalada foi a descoberta do campo de Guaricema, em Sergipe, em águas rasas, há exatamente 50 anos.  A partir dessa descoberta, expandimos nossas operações marítimas até chegarmos à Bacia de Campos, há 40 anos, um autêntico laboratório de inovações a céu aberto, que representou um virada tecnológica sem precedentes para a companhia”, disse a diretora de Exploração e Produção, Solange Guedes.