Festival Internacional de Cinema Cristão faz leilão para arrecadar fundos de produção

Uma frase que traduz bem a atual situação do país é "Não está fácil pra ninguém". Por outro lado, há quem invista mesmo na grave crise pela qual o Brasil passa. E é nessa situação que a diretora do Festival Internacional de Cinema Cristão (FICC), Veronica Brendler, resolveu continuar sua missão de promover e premiar os filmes com temática cristã.

Por causa da falta de investidores e verba para realização do evento de premiação que acontece todos os anos no mês de novembro, Veronica apostou no voluntariado e resolveu angariar fundos para a produção com um leilão entre amigos na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. O evento, realizado no espaço anexo do restaurante Baby Beef, contou com a presença da leiloeira profissional Thais Alexandre.

A primeira providência da diretora do FICC foi montar uma equipe para arrecadar donativos de peças que pudessem ser leiloadas. Roupas, joias, bijuterias, obras de arte e até serviços foram colocados em lotes para venda. Os objetivos do leilão geralmente tem um preço mais caro nas lojas e são oferecidos por um valor menor no lance inicial. Tanto que a leiloeira comenta que o leilão "é uma oportunidade". 

Contando 91 pessoas presentes, entre equipe e espectadores, muitos dos que doaram também participaram dando lances. Quem disputa no leilão é tão importante quanto quem arremata, pois a disputa eleva o valor de compra, valoriza o lote. A própria leiloeira, que tem direito a cinco por cento do que é arrecadado, doou sua parte para o Festival. 

Funcionamento do leilão

Cada participante recebe uma ficha cadastral que precisa ser preenchida e entregue às auxiliares da leiloeira, Thais Alexandre, profissional do ramo que atua numa galeria de arte em um shopping da zona sul do Rio de Janeiro. 

Além da ficha, o praticante recebe também uma placa com um número que deve levantar sempre que quiser dar um lance para arrematar ou disputar o objeto leiloado. No caso do Leilão FICC que ofereceu peças de vestuário para venda, algumas ofertas puderam ser interrompidas para que as pretendentes pudessem experimentar as roupas no toalete do restaurante antes de dar algum lance.

Outra curiosidade do leilão foi que tudo podia ser parcelado em até cinco vezes no cartão. O que animou muita gente a disputar algumas peças mais caras, como telas de artistas conhecidos e joias. Mais uma coisa ficou para pensar. Alguns lotes com coisas valiosas não tiveram lances e outras menos prováveis foram bem disputados.

De acordo com a Thais, esse tipo de comportamento é normal em um evento desse porte, embora ela estranhe um pouco essa postura, principalmente com alguns tipos de objetos leiloados.

"É outra característica do Leilão. Não se explica porque algumas peças não vendem em um ambiente, mas são tão atraentes em outros locais. Questão de energia", acredita a leiloeira. 

E por fim, após dois ou três lances a leiloeira bate o martelo para maior. As peças vendidas são separadas e o comprador faz o pagamento nas mesas ou no caixa e com o recibo de quitação vai até o local e retira o objeto. Apesar da finalidade colaborativa desse tipo de evento, a lei da oferta e da procura se faz presente também no Festival Internacional de Cinema Cristão.

O FICC chega em sua sexta edição com quase 300 filmes concorrendo em diferentes categorias. Após as escolhas do júri especializado e também do voto popular, o próximo passo é a cerimônia de premiação, que neste ano contou com os recursos de um leilão.