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Casal de Niterói cria sanitário para cães e gatos com sistema de escoamento

Investimento inicial foi de R$ 5 mil e, durante a pandemia, receita da empresa cresceu 34%

Por Portal Eu, Rio! em 22/04/2021 às 14:03:48

Foto: Divulgação


Reprodução YouTube

Foram os pelos molhados e as marcas de patas pelo piso do apartamento que levaram a publicitária Lara Lorga, 34, e o engenheiro mecânico Fábio de Carvalho, 35, na época residentes em Niterói (RJ), a pensar em uma solução para o xixi de suas goldens retrievers Pepa e Lili. Sem opções de sanitários realmente práticos no mercado, decidiram recorrer ao “faça você mesmo” e criaram, em julho de 2015, uma bandeja de madeira revestida em lona plástica e com inclinação para que o líquido caísse diretamente no ralo. Nascia, assim, o protótipo do sanitário inteligente para cães Weasy, o produto carro-chefe da empresa que faturou 7,5 milhões em 2020.

Quando o casal se mudou para a capital paulista, em janeiro de 2016, o sanitário ganhou uma nova versão: a madeira deu lugar a uma chapa de alumínio, ganhou pés de Durepox e uma mangueira que direcionava o xixi ao interior do ralo. Foi em outubro do mesmo ano, durante a licença maternidade de Lara, e após testar a nova versão entre alguns amigos, que o casal decidiu apostar em um modelo comercial do produto. “Nossos amigos empreendedores falavam que precisávamos patentear essa ideia e comercializar. A gente nem lembrava que os cães faziam xixi em casa e queríamos proporcionar essa praticidade a outras pessoas. Foi quando, incentivados pelo meu pai, desenvolvemos o modelo em fibra de vidro. Ele tinha familiaridade com o material por usar em aeromodelismo”, conta Lara.

A primeira estratégia de divulgação dos empresários foi criar um site gratuito. Como perceberam que as pessoas não entendiam a funcionalidade do produto, decidiram gravar um vídeo de suas pets usando o sanitário e subiram o conteúdo no Facebook. O vídeo viralizou, alcançou mais de três milhões de visualizações e os empresários chegaram a receber contatos de 21 países. “A demanda aumentou consideravelmente, mas nossa capacidade produtiva era baixa. Investimos apenas R$ 5 mil para criar dois moldes e 20 sanitários em uma fábrica terceirizada. A empresa conseguia fazer no máximo dez peças por semana. Quando nos demos conta, já tínhamos vendido 60 sanitários e isso significava um prazo de dois meses para a postagem”, relembra a empresária.

O próximo passo dos empresários, em março de 2017, foi a compra de uma pequena fábrica de fibra de vidro por R$ 15 mil, na cidade de São José do Rio Preto, interior de São Paulo “Compramos os materiais, contratamos dois funcionários do antigo proprietário, alugamos um galpão e passamos a produzir em maior escala, cerca de 200 por mês”, comenta Fábio. “Como morávamos em São Paulo, meus pais, que residiam em São José do Rio Preto, embalavam as peças e postavam nos Correios”, completa.


Foto: Divulgação
Lara conta que a repercussão do produto aconteceu quinze dias antes do término de sua licença maternidade, em abril de 2017. Foi quando decidiu sair do emprego em uma multinacional e se dedicar integralmente ao negócio. “Eu cuidava da casa, do nosso filho Bento, orientava os clientes sobre o uso, fazia treinamentos, alimentava as redes sociais e organizava os pedidos. O Fábio chegava do trabalho à noite e juntos organizávamos a compra de matéria-prima e o envio dos pedidos para meus sogros”, conta Lara. Em setembro do mesmo ano mudaram-se para São José do Rio Preto.

Também em setembro de 2017 foi a vez de Fábio sair do emprego na área de planejamento da Dafiti para se dedicar integralmente à empresa. “Lá aprendi muito sobre e-commerce, performance digital e pude aplicar esse conhecimento no nosso negócio”, conta Fábio. Hoje, as vendas da empresa são 95% feitas por marketplaces e plataforma própria. Nos planos estão investimentos em pontos de venda físicos. “Nosso desafio é um ponto de venda que possa mostrar o funcionamento do produto, para que o cliente possa ver como ele age de maneira eficiente e leva o xixi do cão e do gato direto para o ralo. Não existe outro produto no mercado que o dono não precise de uma limpeza ostensiva e diária para diminuir o odor”, comemora Lara.

Em novembro de 2017, nove meses depois da venda do primeiro Weasy, veio a mudança de matéria-prima, desenvolvimento de novos moldes e a empresa passou a produzir sanitários em polímero reciclado. “Adicionamos vários acessórios. Então, a margem de lucro era a mesma, mas conseguíamos entregar um produto com melhor acabamento, bem mais comercial”, conta. Para o funcionamento do atual modelo do Weasy, a mangueira de saída deve ser posicionada em um ralo de esgoto, enquanto a outra deve ser rosqueada na torneira como uma entrada de água. Basta liberar a água para lavar a parte interna do produto e o banheiro seguirá limpo.

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