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Foram os pelos molhados e as marcas de patas pelo piso do apartamento que levaram a publicitária Lara Lorga, 34, e o engenheiro mecânico Fábio de Carvalho, 35, na época residentes em Niterói (RJ), a pensar em uma solução para o xixi de suas goldens retrievers Pepa e Lili. Sem opções de sanitários realmente práticos no mercado, decidiram recorrer ao “faça você mesmo” e criaram, em julho de 2015, uma bandeja de madeira revestida em lona plástica e com inclinação para que o líquido caísse diretamente no ralo. Nascia, assim, o protótipo do sanitário inteligente para cães Weasy, o produto carro-chefe da empresa que faturou 7,5 milhões em 2020.
Quando o casal se mudou para a capital paulista, em janeiro de 2016, o sanitário ganhou uma nova versão: a madeira deu lugar a uma chapa de alumínio, ganhou pés de Durepox e uma mangueira que direcionava o xixi ao interior do ralo. Foi em outubro do mesmo ano, durante a licença maternidade de Lara, e após testar a nova versão entre alguns amigos, que o casal decidiu apostar em um modelo comercial do produto. “Nossos amigos empreendedores falavam que precisávamos patentear essa ideia e comercializar. A gente nem lembrava que os cães faziam xixi em casa e queríamos proporcionar essa praticidade a outras pessoas. Foi quando, incentivados pelo meu pai, desenvolvemos o modelo em fibra de vidro. Ele tinha familiaridade com o material por usar em aeromodelismo”, conta Lara.
A primeira estratégia de divulgação dos empresários foi criar um site gratuito. Como perceberam que as pessoas não entendiam a funcionalidade do produto, decidiram gravar um vídeo de suas pets usando o sanitário e subiram o conteúdo no Facebook. O vídeo viralizou, alcançou mais de três milhões de visualizações e os empresários chegaram a receber contatos de 21 países. “A demanda aumentou consideravelmente, mas nossa capacidade produtiva era baixa. Investimos apenas R$ 5 mil para criar dois moldes e 20 sanitários em uma fábrica terceirizada. A empresa conseguia fazer no máximo dez peças por semana. Quando nos demos conta, já tínhamos vendido 60 sanitários e isso significava um prazo de dois meses para a postagem”, relembra a empresária.
O próximo passo dos empresários, em março de 2017, foi a compra de uma pequena fábrica de fibra de vidro por R$ 15 mil, na cidade de São José do Rio Preto, interior de São Paulo “Compramos os materiais, contratamos dois funcionários do antigo proprietário, alugamos um galpão e passamos a produzir em maior escala, cerca de 200 por mês”, comenta Fábio. “Como morávamos em São Paulo, meus pais, que residiam em São José do Rio Preto, embalavam as peças e postavam nos Correios”, completa.