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Ciclista faz viagem-teste antes de aventura sobre duas rodas pelo Brasil

Roteiro escolhido é o Caminho dos Diamantes, que vai de Diamantina a Ouro Preto, em Minas Gerais

Por Portal Eu, Rio! em 25/06/2021 às 17:37:14

Amanda Bento fará viagem-teste em sua bike. Foto: Divulgação

A ciclista Amanda Bento, mineira de 32 anos radicada no Rio de Janeiro, se lançou hoje (25) em uma viagem-teste antes de sua expedição de bicicleta por todos os estados brasileiros. O roteiro escolhido é o Caminho dos Diamantes, que vai de Diamantina a Ouro Preto, em Minas Gerais. No total, serão quase 400 km percorridos em 15 dias.

Seu desempenho pode permitir que a atleta prossiga em outros dois caminhos possíveis, depois de chegar a Ouro Preto. “Caso eu me sinta bem, posso fazer também o Caminho Velho e o Caminho Novo, mas eu ainda não sei como vai ser o meu rendimento depois da Covid-19”, conta Amanda, que está fazendo exames para pesquisar eventuais sequelas. Porém, a aventureira está bem confiante.

“Eu me sinto bem, não tenho nenhuma queixa sobre minha saúde, mas percebi que tenho ficado um pouco mais cansada quando pedalo e pode ser também porque estou há mais de um mês sem treinar”, complementou a cicista. Amanda percebeu o cansaço na última terça-feira (22), enquanto pedalava lentamente por 40 km na companhia de um amigo. Esse pedal foi todo em terreno plano, durou duas horas e ela não teve dificuldade em observar que sua resistência precisa de atenção.

O cardiologista e intensivista Roger Lima Vieira, que acompanha a ciclista no projeto da expedição, já estava atento aos efeitos da Covid-19 e encaminhou pedidos de exames. “Pelo teste ergométrico testaremos a frequência cardíaca e a pressão arterial para saber como ela está. O ecocardiograma vai acrescentar informações valiosas”, explica o médico. Os exames foram feitos imediatamente e os resultados vão ser divulgados antes de Amanda chegar a Ouro Preto/MG.

“A Covid-19 me causou uma pequena perda muscular e isso eu consigo perceber só de olhar para meu corpo”, garante Amanda. Para Roger, só isso já causa cansaço. Os resultados dos exames serão analisados junto das informações sobre a viagem-teste e a equipe, composta também pela nutricionista Erika Santinoni, reunirá dados suficientes para conversar sobre a saúde de Amanda e apontar qual dia a ciclista vai dar a largada na próxima expedição, pelos estados brasileiros.


Foto: Divulgação

Isotônico, Açúcar e Sal

Amanda vai carregar 15 kg de bagagem em dois alforges de lona que ela mesma fez. A habilidade com costura, a ciclista traz da experiência com a loja de moda que fechou em 2020, por conta da pandemia. Foi naquela época que ela decidiu se lançar na expedição pelo Brasil. Um alforge vai na dianteira da bicicleta, com ferramentas de reparos e outros materiais que precisam ser acessados com facilidade, e o outro vai na garupa, com roupas e artigos que ela só vai mexer uma vez ao dia.

A recomendação da nutricionista Erika Santinoni é que Amanda faça pequenos consumos regulares, durante os percursos, de isotônico natural, água e sal. “A cada 40 ou 50 minutos, é importante beber um pouco de água, comer uma bananada ou uma paçoca, e ingerir algo salgado, como por exemplo, amendoins”, explica Erika. Amanda não tinha o hábito, antes de se tornar expedicionária, de beber água e ingerir alimentos durante seus passeios de bicicleta. “Eu ia da Lapa, Rio de Janeiro, até o Pontal, no Recreio, e não ingeria nada porque tinha medo de passar mal”, lembra a ciclista.

Mas a nutricionista alerta:

“Não dá para esperar passar mal para fazer a reposição, porque há uma queda no desempenho da atleta e não é bom para a saúde dela. O indicado é nem beber pouca água nem água demais, porque não precisa se afogar também, senão vai perder muito sódio no suor”, ensina.

Os ajustes são bem vindos, mas parece que Amanda foi feita para isso. Os mosquitos não atrapalham em nada quando a ciclista precisa acampar em lugares no meio do caminho. Os engraçadinhos também não terão vez: a atleta luta Krav Magá e sabe se defender muito bem. Estudou mecânica de bicicletas com seu conterrâneo Iuri Nicolau, em Cataguases (MG). De quebra, Iuri deu dicas excepcionais sobre o Caminho dos Diamantes, porque conhece muito bem a Estrada Real de suas aventuras sobre a bicicleta.


Foto: Divulgação

Expedição pelo Brasil

Amanda precisou adiar várias vezes sua viagem de bicicleta pelos estados brasileiros, por causa do descontrole da pandemia. Em maio deste ano, testou positivo para Covid-19, mas não teve sintomas graves. Seus familiares também testaram positivo e um deles foi internado. Assim, a viagem foi adiada de novo. Agora, todos passam bem. Roger Lima Vieira deu suporte remoto a cada um da família durante esse período difícil. Já que todos gozam atualmente de boa saúde, a aventureira decidiu fazer a viagem-teste.

Em 2020, a pandemia ajudou Amanda Bento a encerrar ciclos importantes e iniciar uma nova vida. Fechou o negócio em que trabalhava e seu relacionamento chegou ao fim. Decidiu, então, viajar de bicicleta por todos os estados brasileiros, conhecer o Brasil de uma perspectiva diferente e se conectar com as pessoas.

“Eu tinha loja de moda no Rio de Janeiro, mas cansei de viver dentro daquela caixa. A pandemia me mostrou que eu não estava feliz com a minha vida profissional e pessoal. Foi o momento de vários ciclos se fecharem", conta Amanda, lembrando como sua vida deu uma guinada importante nos últimos 18 meses.

A expedição mais importante sai do Sudeste brasileiro rumo ao Nordeste, pelo litoral, depois para o Norte, em seguida o Centro Oeste, Sul e finaliza de volta ao Sudeste. Serão 10 mil km que ela planeja percorrer em dois anos. É o equivalente a percorrer a distância entre Rio de Janeiro e São Paulo por 25 vezes.

“A rotina começará um pouco antes das 6h da manhã, quando tomarei um shake e prepararei as misturas para ingerir enquanto pedalo, até às 14h, quando pretendo almoçar normalmente e encerrar a jornada do dia para evitar que alguma emergência me faça pedalar de noite. A viagem é para eu conhecer os lugares, então há locais onde vou ficar por 10 ou 15 dias”, detalha a ciclista.

Há cidades que se separam por distâncias mais curtas e, nesses trechos, a viagem pode durar menos tempo. Ela leva baterias, barraca e equipamentos minúsculos, como um liquidificador. Seus equipamentos de segurança estão em dia e vai contar com o apoio da família para eventualmente receber objetos pelo correio. Tudo vai estar registrado no Instagram @viajecomumagarota ao fim de cada etapa.

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