A orla da praia de Copacabana ganhou hoje (27) as cores do arco-íris em ato que chamou atenção para a proteção de pessoas LGBTQIA+ e as mortes na pandemia. No mês em que se celebra o Orgulho LGBTQIA+, bolas coloridas foram fincadas nas areias da praia para chamar atenção para a conquista de direitos dessa população e a necessidade de conscientização, sensibilização e respeito à diversidade.
O ato foi promovido pela ONG Impulse Rio, voltada para a prevenção às Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e o HIV/Aids. A ação contou também com a distribuição de panfletos educativos e preservativos, além de cartazes incentivando o uso de máscaras e a vacinação contra a covid-19.
"Celebramos o orgulho que temos, mas sabemos de todas as demandas e lutas por direito social e estamos empenhados nisso também", diz o diretor de eventos da ONG, Dantas Junior.
Segundo Dantas, a população LGBTQIA+ está entre as mais atingidas pela pandemia. "A taxa de desemprego aumentou exponencialmente, atingindo a sociedade como um todo. Mas, a população LGBTQIA+, que já é marginalizada, principalmente as pessoas trans, acabaram sofrendo ainda mais", diz. A ONG passou, por exemplo, a distribuir cestas básicas para atender pessoas sem segurança alimentar.
O estudo Diagnóstico LGBTQIA+ na pandemia, conduzido entre 28 de abril a 15 de maio de 2020, no início da pandemia, mostrou que 21,6% dos entrevistados estavam desempregados e que três a cada dez estavam sem trabalho há pelo menos um ano.
Além disso, uma em cada cinco pessoas LGBTQIA+ não possuía nenhuma fonte de renda individual e uma em cada quatro perdeu emprego em razão da pandemia. A pesquisa foi feita pelo coletivo #VoteLGBT em parceria com a Box1824 e foi coordenada por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Além desta, outras ações ocorrem na cidade do Rio devido ao mês do Orgulho LGBTQIA+.
Orgulho LGBTQIA+
O Dia Mundial do Orgulho LGBTQIA+ é celebrado em 28 de junho, em homenagem à Revolta de Stonewall, em 1969, que ocorreu em resposta à invasão da polícia de Nova York ao bar Stonewall Inn, no bairro do Greenwich Village. Os policiais começaram a prender os frequentadores do local, mas foram surpreendidos pela reação de centenas de pessoas revoltadas com a recorrente opressão policial contra pessoas LGBTQIA+. A reação se transformou em um marco representativo na luta por direitos civis.
De acordo com o último relatório anual de mortes violentas de LGBTQIA+ no Brasil, elaborado pelo Grupo Gay da Bahia, que há 40 anos coleta essas informações, a cada 26 horas um LGBTQIA+ é assassinado ou se suicida vítima da LGBTfobia. Em 2019, 329 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais e mais tiveram morte violenta no Brasil: 297 homicídios (90,3%) e 32 suicídios (9,7%).
Agência Brasil