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Apesar da crise, famílias mantêm a tradição de distribuir doces no Dia de São Cosme e Damião

Comerciantes reclamam que a movimentação foi mais baixa esse ano

Por Nira Grassia em 27/09/2018 às 15:04:46

Lojas aproveitaram a data para fazerem ofertas (Foto: Vânia Machado)

Na última quarta-feira (26) foi celebrado na Igreja Católica a festa dos Santos Cosme e Damião, considerados protetores dos gêmeos e das crianças. Porém, é nesta quinta-feira (27) que existe o costume das crianças fazerem a festa e se aventurarem pelas ruas dos bairros em busca das famosas guloseimas ensacadas.

E há quem se negue a quebrar a tradição de distribuir doces mesmo em tempos de crise. É o caso da professora aposentada Nilma dos Santos, de 60 anos, que diz que mesmo com a crise econômica vai manter a tradição da família. Mas ela admitiu que o atual momento financeiro do país e do estado a obrigou a diminuir a quantidade de doces distribuídos.

"Meus pais sempre deram doces, porque eu e meu irmão somos gêmeos. Quando meu pai faleceu em 2002, a responsabilidade pela compra dos doces e distribuição dos saquinhos ficou por minha conta. Sei que a grana está curta. Se não posso dar 100, pelo menos a metade já vai garantir a alegria de algumas crianças", disse Nilma.

Vânia Machado é outra que não quer mais saber de largar essa tradição que já dura 15 anos. Ela também lembrou que era difícil distribuir as guloseimas quando morava em Ipanema, na Zona Sul do Rio.

"Eu sou sozinha e curto muito distribuir doces para as crianças. Então pretendo continuar por muitos anos, pois apesar da situação financeira em que vivemos, é um dinheiro que eu gasto e que não sinto que faz falta em meu orçamento. Eu acabava dando para os porteiros. Hoje em dia é fácil , porque moro em Vargem Pequena, um bairro meio rural. Acredito que essa tradição se mantém mais nos subúrbios do Rio", observou.

Porém, nem todos fazem parte dessa festa. É o caso da evangélica e professora particular Edilma Silva de Moura, de 41 anos, que considera o festejo e este alimento oferecido um desrespeito a Deus.

"Meus filhos não comem doces distribuídos neste dia de Cosme e Damião, visto que os mesmos são oferecidos aos ídolos, ou seja, a outros deuses. De acordo com o que cremos, se comermos desses doces estaremos "traindo" o Deus que adoramos, pois Sua vontade é que sejamos fiel a Ele", explicou.

Comerciantes reclamam a falta de procura

Segundo o comerciante Fábio de Oliveira, a venda de doces de Cosme e Damião deste ano e do ano passado tiveram um diferencial nas vendas. Para ele, as pessoas que compravam muitas quantidades e variedades, passaram a comprar menos.

"Esses fregueses não deixaram de comprar, apenas diminuíram a quantidade devido a essa crise que mexeu com todos nós, mas ao mesmo tempo surgiram outras pessoas comprando os produtos. No final, o resultado das vendas não é muito assustador",  disse.

"O mar não está pra peixe", filosofou o comerciante de uma casa de doces do Centro do Rio, Sérgio Ricardo. Segundo ele informou ao "Portal Eu, Rio!", o movimento foi fraquíssimo na quarta.

"A loja continua vazia. Ano passado, nessa mesma época, a venda de produtos para o Dia de São Cosme e Damião foi um pouco melhor do que a desse ano", concluiu.



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